O material (texto) que você irá ler neste meu Blog é na realidade um subtítulo de um livro que pretendia editar ─ quando mostro também o Sumário e mais o primeiro subtítulo Considerações Iniciais ─ que é um desabafo da minha trajetória enquanto formador de Idéias. O trabalho em apreço é o que segue a essas considerações iniciais (opção minha de torná-lo público, por entender ser oportuno e de valor para debate), cujo título corresponde ao nome do Blog:
SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS O AMOR VERSUS MACHADO
AGRADECIMENTO
Ainda (acréscimo feito em 14-06-2011), este foi o meu primeiro Blog postado na Rede, e essa postagem aconteceu imediatamente após a vigência do Acordo Ortográfico, ao qual, na época me submeti; entretanto, a partir do segundo retornei à antiga ortografia ─ como forma de protesto, até a data limite 2013 ─, conforme considerações no Blog SE POSSÍVEL ENGANARIA ATÉ OS ESCOLHIDOS, endereço ─ www.riquezasatodocusto.blogspot.com , no qual explico os motivos dessa forma de protesto, que foi a de retornar à antiga ortografia, que também faço agora (14-06-2011) com este por coerência, fazendo-o agora, retornar também à antiga ortografia.
Aproveito para sugerir a leitura de três outros Blogs, que são também, de alguma forma, sobre o mesmo Tema, o amor Eros (grego, Eρος), todavia, específicos pela conexão direta com o que se pretende criar como legislação para nosso país, os quais são: O QUE É O PLC 122 OU A DITA LEI HOMOFÓBICA?, endereço ─ www.verdaderespeitoejustica.blogspot.com ; O QUE É O PLC 122? (sinopse do anterior), endereço ─ www.sinteserespeitoejustica.blogspot.com e O QUE É O PLANO NACIONAL LGBT?, www.direitoshumanosrespeitoejustica.blogspot.com .
Aproveito de igual modo, para agradecer de todo meu coração à forma receptiva e carinhosa como os meus atuais catorze Blogs estão sendo visitados por milhares de pessoas no Brasil e em mais vinte e sete (27) países (alguns dos Temas, mais visitados no exterior do que no Brasil) ─ O meu muito obrigado, e ouso ainda mais, lhes pedir que divulguem esses meus estudos, porquanto, como pode ser constatado nos mesmos, eles foram e são produzidos com a máxima seriedade na direção de ser útil a todos nós seres humanos... Também lhes informo que estou aberto às contestações sérias que visem ajudar esse intercâmbio de idéias e conseqüentemente a todos nós como indivíduos.
P.S:. Para acessar os demais, dos atuais doze Blogs, clique no link perfil geral do autor (abaixo da minha foto) e a lista aparecerá, bastando clicar no título de cada um para acessá-lo.
Se você quer uma boa motivação para lê-lo, aqui vai: tanto quanto o pequeno estudo sobre o amor na matriz filosófica grega e a análise sobre Machado (a obra Dom Casmurro) são de fato inéditas na sua total construção ou exatamente diferente do entendimento histórico desses assuntos; e se você tem interesse imediato nesses temas, deixe para ler o Sumário e as Considerações Iniciais por último.
MOVER DO ESPÍRITO
SUMÁRIO
Prefácio ....................................................................................................
Considerações Iniciais ................................................................................
Apresentação ...........................................................................................
Preâmbulo e Temas específicos diversos …....................................................
1 ─ O Fracionamento do Espírito Santo …...................................................
2 ─ A questão Sistematização Teológica …....................................................
3 ─ Simetria de Sistematização I ….............................................................
4 ─ A Questão Hermenêutica I …................................................................
5 ─ A dita Morte de Moisés ….....................................................................
6 ─ O Evangelho de Paulo não foi estóico nem helenista ….............................
7 ─ Filosofia I ….......................................................................................
8 ─ Lucas e Mateus Copiaram a Marcos ou não?..........................................
9 ─ O que é a Instituição Discipulado ….......................................................
10 ─ Coisas importantes sobre igrejas em células..........................................
11 ─ A Questão Faixa Etária …....................................................................
12 ─ Filosofia I (continuação) …................................................................
13 ─ Sócrates versus Platão versus o Amor versus Machado ….......................
14 ─ Graça, ou Predestinação? …................................................................
15 ─ Predestinação Absoluta não ….............................................................
16 ─ Filosofia II ….....................................................................................
17 ─ Hermenêutica II ….............................................................................
18 ─ As Epístolas de Paulo ….......................................................................
19 ─ A Questão Maldição Hereditária …........................................................
20 ─ O Bem, o Mal, e os seus Erros …........................................................
21 ─ Todo crente é biblicamente um sacerdote?...........................................
22 ─ O Modismo do Ungir com óleo ............................................................
23 ─ A Questão Psicologia …......................................................................
24 ─ O Que se Possível Enganaria até os Fiéis …...........................................
25 ─ Conclusão sobre o Espírito Santo ….....................................................
26 ─ Considerações gerais (espiritismo) …................................................
27 ─ Evolução Histórica (espiritismo) ….....................................................
28 ─ Re-encarnação e o Texto Sagrado …...................................................
29 ─ A Bíblia e os espíritos familiares …......................................................
30 ─ Quem é o espírito, a alma e o corpo? …...............................................
31 ─ Exposições Conclusivas (espiritismo) …..............................................
32 ─ O Invocar os mortos e o Texto Sagrado …............................................
33 ─ Igrejas mil ou Evangelho horizontal ….................................................
Capítulo I ─ A improcedente Doutrina da Trindade ….....................................
1 ─ A verdade sobre o Tempo ….................................................................
2 ─ Filosofia III: O Arqué e a efetiva Metafísica ….....................................
3 ─ A Trindade e a Filosofia versus Agostinho e Aquino ….............................
4 ─ Simetria de Sistematização II …..........................................................
5 ─ O Sofrimento de Jesus na Cruz …........................................................
6 ─ Simetria de Sistematização II (continuação) …..................................
7 ─ O Valor dos Fariseus..........................................................................
8 ─ Jesus é de fato Eternamente o Filho de Deus ….....................................
9 ─ O Erro do que denomino Nomismo....................................................
10 ─ Textos do evangelho de João Aglutinados ….........................................
11 ─ Antítese da Doutrina da Trindade ….....................................................
12 ─ A Ambigüidade Filosófica de Aquino na Trindade …............................
13 ─ Conclusão sobre a Doutrina da Trindade …...........................................
14 ─ Erudição versus Tradução …...............................................................
Capítulo II ─ Batismo Inaugural com o Espírito Santo ….................................
1 ─ Os dois Jubileus …..............................................................................
2 ─ Alegoria Fogo foi Transitório …...........................................................
3 ─ Miscigenação e Sinagoga …..................................................................
4 ─ Línguas como que de Fogo …................................................................
5 ─ João Batista o assassino de si mesmo ….................................................
5 ─ O Erro sobre Anjos …..........................................................................
Capítulo III O revestimento Compulsório do Espírito Santo ….........................
1 ─ O que é, e o que não é Vitalício............................................................
2 ─ O Valor Didático da Reiteração …..........................................................
Capítulo IV ─ O Revestimento Pedido e Eventual do Espírito Santo.................
1 ─ Parece o Chamado Batismo com o Espírito Santo …................................
2 ─ Recapitulação e endereços dos textos usados até agora …......................
Capítulo V ─ Os Dons do Espírito Santo ou Dons Espirituais …........................
Dons (a) ─ Dons Estruturais de Sustentação da Igreja …...............................
1 ─ Apóstolos …......................................................................................
2 ─ Profetas …........................................................................................
3 ─ Evangelistas …..................................................................................
4 ─ Pastor …...........................................................................................
5 ─ Mestre ............................................................................................
Dons (b) ─ Dons Multiformes dados à Igreja ….............................................
1 ─ Sabedoria ….......................................................................................
2 ─ Ciência …...........................................................................................
3 ─ Dom de curar …..................................................................................
4 ─ Operação de milagres ….......................................................................
5 ─ Dom de profecias ….............................................................................
6 ─ Dom de discernir espíritos ….................................................................
7 ─ Dom de falar Línguas e o Dom de Interpretar Línguas …...........................
Considerações finais …..............................................................................
Glossário ................................................................................................
Bibliografia ..............................................................................................
O MOVER DO ESPÍRITO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Antes de entrar na efetiva apresentação desse meu terceiro trabalho; quero informar mais uma vez de maneira muito clara, essa minha já repetida intenção sincera e equilibrada, embora veemente, de ser eu, mais uma das pequenas pedras que clamam por um melhor estudo e o pleno alinhamento quanto ao que a Bíblia efetivamente ensina. Também ponderar aqui, que tenho no primeiro livro, Ceia, sim! Cruz, não! Defendido que a Bíblia tem no seu conteúdo a sua própria regra de sistematização que se encontra em Isaías 28. 9-13, que estarei usando neste livro e de igual modo o parâmetro dessa regra, que está em João 8. 13-18, que denominei de simetria de sistematização.
2
Semelhantemente criei o neologismo concomitância do contraditório, que mais uma vez explicarei o que vem a ser... Quanto a essa minha concomitância do contraditório, cuja denominação seria gramaticalmente incorreta, porquanto o que é concomitante é concomitante a ou com e não do; ela é exatamente ter proposições ou “teses”, caminhar junto em concomitância com o contraditório; estando obrigado, para ser conseqüente, explicar a sua improcedência ou render-se a ele...Também o denomino ou o explico como mecanismo e processo e não exatamente como regra ─ a minha concomitância do contraditório , para que a idéia da plena dependência de explicar o contraditório daquilo que queremos estabelecer como verdade ─ nos leve a rendermo-nos a ele no caso de não conseguir contradizê-lo ─; para que esse mecanismo seja algo que deve (realmente) ser levado em conta dentro de qualquer questão que julguemos polêmica. Porque o pressuposto de polêmica demanda grave contraditório. Fui criticado e questionado por não seguir o silogismo aristotélico, entretanto não tenho decididamente a obrigação de segui-lo, até porque, dentro da dialética; Aristóteles me permite outro caminho, que é o do “problema” ou o da efetiva “tese”...
3
Quanto ao silogismo; se você está consciente ─ se não estiver, terá que estar! que os escritos da lei e os profetas do Antigo Testamento, também os escritores do Novo Testamento e os que neles acreditaram, seguiram e ensinaram, somam um número expressivo e qualificado ─ obviamente, pois foram eles que construíram tudo quanto a fé cristã ─; terá que concluir que isto contempla o “amplamente aceito” do silogismo, e mais ainda: o Filho de Deus que é o filósofo e mestre por excelência e é também, o centro de todo o ensino e relacionamento com Deus o Pai ─ irá, de igual modo, contemplar plenamente o “filósofo ou o doutor eminente” da mesma regra silogística.
4
O meu posicionamento veemente quanto ao não ter obrigação de seguir o silogismo de Aristóteles, e ao mesmo tempo constatar que ao ir direto ao escritor bíblico estou cumprindo essa mesma Idéia silogística... Leva-me a conclusão ou a de fato constatação de que o não precisar me munir de doutores outros para a interpretação ou sistematização do texto sagrado; está também de fato provado nas inconseqüentes praticas errôneas presentes no nosso polêmico universo doutrinário, onde se têm contemporizado com uma série de incongruências já há muito tempo, consideradas intocáveis que não resistem à menor análise bíblica, quando séria e bem fundamentada.
5
Creio como plenamente entendido, que eu tenho todo o direito legal, filosófico, cultural e espiritual de interpretar a Bíblia, e de igual modo, mereço da parte de todos, o devido respeito quanto a isto, e com toda a humildade e também veemência, afirmo sem nenhuma dúvida; que o estudo sério dos meus trabalhos ─ que são simples, em muito ajudará a romper os “grilhões acadêmicos” dos alinhamentos passivos com ditos grandes teólogos ─ aos quais muitos se têm prendido, além do que seria racional, razoável, aceitável e até espiritual ─; parece repetitivo e redundante, todavia é perfeitamente pertinente.
6
Ainda, o que poderia caber aos meus trabalhos que foram e continuam sendo feitos com seriedade e espiritualidade; seria o efetivo “paralogismo” ou raciocínio involuntariamente falso; como o do próprio Aristóteles ─ sem considerar a controvérsia com Copérnico e com Galileu; mas sim quanto à defesa dos “quatro elementos”, terra, água, fogo e ar, que nortearam a vida científica da humanidade por mais de 2000 anos, justamente pelo peso de Aristóteles na sua defesa ─; que estivera espremido entre Demócrito (460-370 a.C.) e Epicuro (310-270 a.C.), contemporâneo de Aristóteles por cerca de vinte anos, de quem temos o seguinte registro sobre o átomo: (aforismo) É, além disso, necessário que os átomos se movam com igual velocidade quando avançam no vazio sem se chocarem com coisa alguma; com efeito, os pesados não se moverão mais velozmente do que os pequenos e leves. Que também defendiam a idéia do átomo e não a dos quatro elementos como ele; que ignorando a Epicuro e outros, só veio dar lugar para a concepção do átomo, a bolinha de Demócrito, por meio da também bolinha recheada de John Dalton (1766-1844), mostrada de forma empírica. Mas, para concluir isto quanto a mim, vocês terão que estudar seriamente a Bíblia e também esses meus trabalhos.
7
Agora sobre o meu neologismo concomitância do contraditório; ele não é plágio do silogismo ou problema ou ainda da tese hegeliana ─ para a qual caminha a antítese por intermédio da empírico-histórica síntese que se torna tese no absoluto ─ não tendo também o termo médio ─ embora esteja obviamente dentro da dialética... A minha concomitância do contraditório pressupõe naquilo que queremos fundamentar ou de forma ditatorial estabelecer, o não alinhamento com a proposição maior ─ que é a maior em função do seu predicado e adjetivo, ou a menor, e muito menos o concluir ─, porque o “fundamentar o que queremos” ─ desse meu neologismo se apresenta como “conclusão ditatorial” ─ o que poderia fazê-lo parecer com o silogismo de Aristóteles ou o absoluto da dialética de Hegel... Porque diferentemente o meu contraditório explicado, tem em princípio o mesmo peso que o fundamentar o que queremos, que permite, aceita, discute e pode até não prevalecer e tornar-se nulo, perdendo para o contraditório. Ou poderia até ser uma espécie de bi-exegese, onde se faria uma exegese daquilo que se quer fundamentar e também outra do que nos parece não ser o verdadeiro ou exatamente o contraditório; que após a feitura das duas se opta pela mais coerente... ─ Viu!? ─ Não sou assim tão ditador ou inconseqüente como você estava pensando...
8
Você ainda está pensando que a minha concomitância do contraditório é plágio do silogismo ou até algo vazio e inconsistente? Não! Pelo contrário, ela é, em última análise um expediente coercivo, que não nos permite a leviandade de plenamente fundamentarmos aquilo que achamos e fugir quando contestados, pela tangente da sofisma, aqui literalmente o que corresponde na nossa língua, onde deixamos marcada a nossa posição e abandonamos o contraditório, com aquela leviana e célebre afirmação: esse assunto é polêmico.
9
O mecanismo da minha concomitância do contraditório, como já detalhei, é diferente do silogismo de Aristóteles e de igual modo não se alinha com a tese, antítese e síntese de Hegel; pois em última análise ele é um mecanismo de auto-avaliação continuamente em trânsito ou dinâmico, quando vou paulatinamente me informando, lendo a Bíblia e buscando informações de outras fontes, e já trabalhando de maneira concomitante e séria, as vertentes ou pontos que aparentemente se mostram antagônicos. Não sendo assim o silogismo, e muito menos a dialética de Hegel, cuja antítese, se torna síntese ou por meio dessa síntese retorna à tese como o absoluto.
10
Por esses motivos o mecanismo usado no processo dessa minha concomitância se aproxima mais da maiêutica de Sócrates; que é um processo de construção de “parir” idéias, que tem dentro de si a proposição maior e menor, assim como a tese e antítese e todo qualquer contraditório que lhe caiba, já resolvidos na sucessão de perguntas e respostas, cuja idéia “parida” não será a “conclusão ou a síntese” e sim, o nascer da idéia que terá em si os “genes” das fontes usadas na sua gestação. Reproduzirei no subtítulo filosofia II, que é parte do Preâmbulo, os diálogos de Sócrates com amigos, quando foi exercida por ele a maiêutica, sendo um deles, Transímaco, que era filósofo sofista. Dito isto, entendam que a minha concomitância não visa parir idéias, mas sim chegar à efetiva verdade do que já existe na Bíblia ou a sua correta interpretação... Porque no processo dessa minha concomitância; diferente de consolidar a proposição maior, ou a menor, e posteriormente concluir (silogismo); como até brinco, evocando coisas da infância, no subtítulo do primeiro capítulo, Filosofia IV: O Arque e a efetiva Metafísica, quando “concluo e sintetizo”, que o pressuposto maior é sempre vencedor, que me perdoem Aristóteles e Hegel, pois Proposição Maior ou Tese, vencem a Menor ou Antítese... É pertinente, de alguma forma, essa abordagem jocosa, porquanto este subtítulo inicial é justamente um grito contra o patrulhamento acadêmico que nos é imposto de maneira pouco razoável e racional.
11
Também estarei me contrapondo veementemente à valorização exacerbada da dependência do grego e do hebraico para interpretação da Bíblia já traduzida para qualquer outro idioma; que farei no subtítulo sobre o chamado proto Marcos e no também subtítulo Erudição versus Tradução, quando citarei objetivamente João Wycliffe, a estrela matutina da reforma, na sua iniciativa da tradução da Bíblia para o inglês; Desidério Erasmo, o Erasmo de Rotterdam, o maior erudito da reforma; Thomas More ou Morus, o da Utopia, cuja crítica continua perfeitamente válida para nós hoje, e Martinho Lutero, na sua tradução do Novo Testamento para o idioma alemão; de fato os vendo com essa visão, e caminhando nessa mesma contestação... Esse posicionamento pulsa em mim porque constato que praticamente metade ou mais do texto sagrado é constituído por alegorias, metáforas e demais figuras de linguagem ─ que não são muito amigas de raiz lingüística (da etimologia que praticam e da sintaxe); que demandaria a necessidade do conhecimento do grego e até do hebraico. E a principal, que é a maravilhosa semântica ─ a perfeita inimiga da etimologia, todavia ─ junto às outras figuras; amigas e relacionadas com tudo o que aconteceu ou acontece em torno de nós, o contemporâneo das várias vertentes sociológicas; indevidamente chamado de contexto, quando, onde e como, na nossa língua, às vezes obviamente literal, e em muitos casos numa feitura semântica perfeitamente accessível a todos que sabem ler. Que junto ao grego e o hebraico se torna ótimo preparo para aquele que quer efetivamente ascender e estar num invejável nível de formação e informação, entretanto, reitero: a Bíblia na nossa própria língua é toda suficiente para a sua plena interpretação, porquanto as questões lingüísticas maiores já foram exaustivamente resolvidas pelo tradutor... Sendo tão verdade isso que estou afirmando, que se tem criado um espaço perigoso do ponto de vista didático e de credibilidade nas diversas linguagens para legitimar Copyright, a partir dessa já de fato resolvida tradução, quando são feitas paráfrases do já plenamente traduzido. Quando, apesar de tudo isso, continua-se tendo sérios problemas com simples preposições, tais como: DE, COM e EM, como ver-se-á nos três últimos capítulos do livro, e no primeiro quando digo que a relação do Senhor Jesus com o Pai é DE filiação e a do Pai com o Espírito Santo é a DE propriedade, porquanto o que a Bíblia nos ensina de forma objetiva sobre o ESPÍRITO SANTO DE (pertencente a) DEUS é ser Ele o instrumento DA (DE+A) onipresença e onisciência (como pessoa do Pai e do Filho) ou não outra pessoa e sim a pessoa de Deus presente em todos os lugares e ciente de todas as coisas.
12
De igual modo, nesse trabalho, defenderei e mostrarei que a Bíblia tem nos seus ensinamentos a regra de sistematização ─ eu já disse isto ─; e se a reiteração às vezes incomoda; lembremos do que Jesus sempre dizia: Na verdade, na verdade vos digo, portanto insisto que deve ser usada em todos os seminários, cujos textos básicos estão em Isaías 28. 9-13 e João 8. 13-18, a partir de que construí e denominei de regra das duas testemunhas a qual existe no texto sagrado, e é aquilo que chamo de simetria de sistematização, e estará sendo explicada no subtítulo que leva este nome.
13
Aproveito para informar aos que espero ardentemente se interessem por meus trabalhos, que não me importarei nem um pouco em ser considerado e usado como o “bobo da corte” ─ até porque, ele, tendo grande habilidade, consegue a plena atenção da nobreza por todo o tempo que quiser. Sendo objetivamente claro; estou me oferecendo e pedindo minha efetiva entrada nos seminários; podendo ser como o bobo da corte ou bigorna... Construí a alegoria da bigorna e bolha ou ilha no preâmbulo como comentarei sobre a filosofia grega e as cartas de Paulo aos de Corinto; pois, evidentemente, para que alguém possa me bater, terá que se informar plenamente sobre o que tenho escrito e defendido (como exige Voltaire).
14
Será que não estou dizendo a verdade, quanto às citações jocosas, tais como: A igreja do cuspe de Jesus, também, a igreja do cajado de Moisés que virou cobra e engoliu as demais?... Porque também, solenemente, com toda a “brincadeira santa”, comum aos professores visando a descontração na aula, dizer: ─ Temos aqui o livro do irmão Jorge Vidal, O Mover do Espírito, no qual ele se arroga com o direito de discutir Teologia Sistemática, desprezando Agostinho, Tomás de Aquino e alguns outros teólogos importantes, e até confrontando-os ─ e ele tem outros livros além deste... Dizer também: ─ penso que talvez ele possa ser para nós uma bigorna interessante em quem poderemos a partir desse “louco”; melhor fundamentar (bater) as “verdades” seguidas dos grandes teólogos do passado e alguns contemporâneos, pois não é sempre que aparece um desses loucos com conteúdo que possa caber dentro da nossa necessária dialética e também necessária discussão acadêmica.
15
Ainda trazendo à mente, tudo o que disse sobre Aristóteles e a dialética, quero me identificar mais quanto ao pleno direito que todos temos, os eminentes e os desconhecidos, de exercer plenamente o “nascer de novo” ensinado por Jesus ao douto fariseu Nicodemos. Quando nascemos de novo tornando-nos “crianças”, automaticamente nos habilitamos como discípulos do Senhor Jesus e porta-vozes do seu Evangelho; também rompemos ─ se assim não for, algo estará errado ─; com o confortável compromisso com a unanimidade leviana de ver o rei lindamente vestido ─ que não é próprio das crianças... Eu tendo aceitado o Senhor Jesus como o meu Salvador, e me tornado criança (Mat. 19. 13-15, Mar. 10. 14-16 e Luc. 18. 16-17), me foi dado o pleno direito de dizer; com a verdade peculiar às crianças, que: ─ O rei está nu!
16
A minha entrada ou inserção nos seminários aqui novamente pedida como contraponto ou bigorna; argumenta-se também, de alguma forma, na plena presença de Agostinho e Tomás de Aquino ─ genuinamente católicos romanos ─ cuja Teologia foi contestada (de alguma forma) na Reforma ─ que são usados indevidamente como base de sistematização teológica ─; e se assim é? Porque não ter também um “louco” que vezes outras pondera diferente, como Paulo em I Coríntios 1. 18-31, para contraporem-se e hostilizar ─ que tenho certeza, em pouco tempo isto deixará de acontecer depois dos meus escritos serem sinceramente analisados.
17
Quanto ao que chamei de grilhões do colonialismo acadêmico; Aristóteles em Os Pensadores, volume I; Dos argumentos sofísticos, tópico onze, concorda e aceita, que pessoas que não tenham pleno conhecimento de uma determinada questão; podem e têm toda a condição de exercer crítica de valor quando imediatamente informadas de todas as proposições, até porque com relação à sistematização teológica, vivemos há séculos uma unanimidade no que é falso e, “alguém já disse algo não muito bom quanto a esse tipo de unanimidade”; disso se conclui que é bem possível que a dialética aristotélica nada tenha a ver com os agrilhoados... Se você quer ficar aí dormindo no fundo da caverna; o problema é seu, pois, Sócrates e Platão não terão nenhuma culpa quanto a isso... Vou agravar um pouco mais sobre o denominado por mim, grilhões acadêmicos e a Alegoria da caverna. Porque é muito sério o que Sócrates nos diz quanto à atitude daqueles que ainda estão dentro da caverna, dos seus simpatizantes e até discípulos ─ como nos adverte nessa sua alegoria. Informando que há grande risco para os que já saíram da caverna, quando querem ajudar e informar os que ainda lá estão, que só vêem sombras; e não o existir fora da caverna, a realidade que vai muito além das sombras. Esses são atacados violentamente por aqueles ─ isso aconteceu com Sócrates ─, e até mortos nas suas proposições, quando contrárias às embasadas na realidade, dos “doutos” moradores da caverna ─ alguns deles, reconhecidos Medalhões, que diferentemente poderiam atentar e levar em conta o que o Senhor Jesus diz em João 8. 32 ─ e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
18
Concluirei esse subtítulo considerações iniciais, lhe informando que é senso comum entre os cristãos, que a Bíblia é a Palavra de Deus, daí concluir que existe nela ─ quando devidamente interpretada ─, toda a verdade das informações necessárias à nossa relação com Deus; cujo pressuposto infere de maneira compulsória o direito àquele que a interpreta corretamente o poder formular algo como a minha concomitância do contraditório; considerando: Parmênides (sexto século a.C.) “o que é ― é o que é ”, e parafraseando o meu neto, Mateus, com idade, nove anos, quando numa prova sobre como tratar o vasto elenco de agressões ao meio ambiente, ele simplesmente respondeu: ─ Usando os “antônimos”, ou seja, se a minha concomitância do contraditório “é ─ então é”, ou simplesmente o antônimo.
19
Perdoem-me todas essas abordagens diretas e veementes, que na verdade é o poder explicar o que ainda não foi entendido quanto aos meus propósitos, que nada mais é do que o efetivo compromisso com a pureza do Evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo com uma leitura de acordo com a liberdade que ele ensinou... Também é o exercer o pleno direito de “eu mesmo” ouvir a Deus falando comigo através da leitura da sua Palavra, a Bíblia, sem ser preciso que algum doutor que não sejam os escritores bíblicos venha interpretá-la para mim, de alguma forma, tolhendo essa liberdade.
20
Quanto ao tomar posição na direção do que é correto e verdadeiro; o Senhor Jesus já nos advertira quanto ao forte antagonismo decorrente disso na vida dos que assim quisessem proceder, até porque Ele o vivenciou em todo o seu ministério e posteriormente também os seus discípulos. Examinando o que escreveu Nicolau Maquiavel (1469-1527), de quem vem a palavra maquiavélico, astuto, velhaco, ardiloso, cuja obra O Príncipe, se tem constituído numa espécie de cartilha onde muitos em vários ramos de atividades buscam informações de como proceder para conseguir chegar ao poder; e o tendo atingido, saber como fazer para desesperadamente perpetuá-lo... Também temos a obra de Sun Tzu (IV século a.C.), A Arte da Guerra, sendo usada no que tange ao específico da obra (logística militar) e até como manual operacional de marketing quanto à estrutura industrial e a comercial dentro dessa mesma visão de logística.
21
Nesse meu exame dessa obra, para ter como citá-la a meu favor nesta ponderação ─ os eruditos e acadêmicos gostam que se faça isso e nos cobram o assim fazer ─; percorri o vasto elenco de fórmulas enumeradas por Maquiavel; na sua forma expositiva de fazer, pelo caminho das várias constatações, onde não há ou se leva em conta à ética ou algum paradigma e sim o objetivo a ser plenamente atingido, tanto que nessa mesma obra aparece a famosa afirmação dele, quando disse׃ “Os fins justificam os meios”...
22
Também de fato, embora todo o elenco ou lista de soluções propostas por Maquiavel para cada pressuposto ─ como está nesse seu livro, serem na sua maioria “maquiavélicas”, todavia ─ por aceitar uma delas como boa, a compro e a tomo para mim, por entendê-la alinhada aos pormenores do que tenho ponderado. Sendo o que Maquiavel informa no capítulo quinto Os novos domínios conquistados com o valor e com as próprias armas. Quando ele argumenta e busca o empirismo a partir de Moisés, Ciro, Teseu, Rômulo e conclui com Hiero de Siracusa, no qual diz: (parte do parágrafo 5) ─ “Vale lembrar que não há nada mais difícil de executar e perigoso de manejar (e de êxito mais duvidoso) do que a instituição de uma nova ordem de coisas (que no meu caso, são idéias). Quem toma tal iniciativa suscita a inimizade de todos os que são beneficiados pela ordem antiga, e é defendido tibiamente por todos os que seriam beneficiados pela nova ordem ― falta de calor que se explica em parte pelo medo dos adversários, que têm as leis do seu lado (ou grilhões acadêmicos), e em parte pela incredulidade dos homens. (final do parágrafo 7) ― Quando porém conseguem são venerados, e, depois de suprimir os que tinham inveja das suas qualidades, se tornam poderosos, seguros, honrados e felizes”. Agora literalmente “alforriados” nos seus efetivos direitos de pensar, formular e debater idéias.
23
Ainda, quanto a Maquiavel e a sua obra O Príncipe, que alguns críticos e estudiosos buscaram e buscam analisar; entre os quais há correntes que difundem que a expressão “os fins justificam os meios” não faria parte dela, e teria sido plantada na época da Reforma e a Contra-Reforma... Como disse no parágrafo anterior; de maneira tranqüila e óbvia se constata ser a obra O Príncipe (metáfora de determinado poder que quer se consolidar a todo custo) é de fato uma espécie de cartilha que ensina ao dito Príncipe como agir dessa ou daquela maneira para que o seu objetivo (fins) seja atingido, conseguido. Por intermédio, de que maneira ou como fazer (meios) existentes nessa obra ─ tanto que consegui tomar um para mim; por achá-lo bom, o do parágrafo anterior... Disso se conclui serem as análises dos críticos e estudiosos dessa obra, algo excessivamente acadêmico e muito longe da realidade. Porque ninguém poderia pensar de maneira ética ou não ética ou Maquiavel ter todos esses perfis dos pressupostos da sua obra, de modo tão amplamente diversificado como são os pressupostos desse maravilhoso trabalho de estratégias factíveis, como demonstra, ele, Maquiavel... Que é simplesmente uma empírica e cristalina cartilha dos meios sendo “justificados pelos fins”. Que mesmo que lhe tenha sido plantada, essa expressão corresponde de fato a isso ou a seu exato epíteto num todo. Há também os que o acusam de falta ou inexatidão histórica no seu mecanismo empírico, quando do uso da lenda da fundação de Roma; acusação essa que seria impertinente, porquanto quem tomou inicialmente a lenda da loba e dos irmãos Rômulo e Remo como fundamentação para a origem de Roma foi exatamente a história, ou melhor, os historiadores... Bom seria também, que qualquer crítica que se fizesse a Maquiavel quanto a essa específica questão história, se perguntasse antes a Hegel o como ele veria essa crítica a Maquiavel sobre isso. Enfim, a obra, O Príncipe de Maquiavel é sim de maneira lógica e elementar uma perfeita cartilha sobre “os meios justificados pelos fins”, queiram ou não os estudiosos e os seus críticos. Quanto a sua obra A Arte da Guerra; prefiro ficar com a anterior que tem o mesmo título, a de Sun Tzu.
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Terminando essas considerações com gosto e cheiro de desabafo; quero dizer do meu devido e óbvio respeito pelos filósofos, historiadores, teólogos, escritores, lingüistas, enfim, qualquer formador de opinião; quanto ao que é ciência, história, antropologia, sociologia ou nuanças culturais; todavia quanto à sistematização teológica e o efetivo interpretar a Bíblia, me reservo ao direito de aceitá-lo ou não; também não estranhe o possessivo “eu”, pois não estava originalmente assim em todos os demais textos; mudamos em todo o livro, em função das críticas aqui ponderadas, porquanto, postulo o direito de emitir opinião de maneira plena quanto ao que é bíblico; e até por coerência; pois se traduz nesse discurso veemente a intenção de quem quer marcar as suas posições em definitivo, como aquele rebento que aflora de maneira pujante querendo se tornar um forte e viçoso galho. Veemência e desabafo à parte; tenho dentro do meu coração, todo respeito pelo direito de qualquer pessoa formular suas opiniões e idéias; e de igual modo, de maneira muito forte, tenho o mesmo respeito, consideração e admiração pelos eminentes pensadores e por todos os famosos formadores de opiniões e idéias, como seria normal, correto e coerente a “quem também pensa e formula idéias”.
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A conclusão prática do que estou dizendo nessas considerações iniciais é que há pelo menos quatro maneiras de estudarmos a Palavra de Deus. Por esse motivo quero identificar exatamente o “eu” que comecei e estarei usando em todo o livro. As quatro formas de estudarmos a Bíblia, são: Caminhar para o estudo das Escrituras levando para ela interpretações já formatadas por teólogos e doutores cridos como entendidos nesses assuntos, que servirão de caminho para as conclusões já previamente definidas. A segunda é semelhante a essa primeira; e consiste em ser guiado por somente um importante “Medalhão”, cujas conclusões terão os mesmos contornos da primeira ponderação. A terceira consiste em confiar de maneira “exagerada” nas suas próprias conclusões ─ não sendo esta a minha conduta ao estudar a Palavra de Deus. Por fim, a quarta: é fazer a leitura da Bíblia de maneira tranqüila, sem prévio posicionamento quanto às conclusões e deixando que o Espírito Santo vá nos ajudando e ensinando-nos como entendê-la ─ é assim que eu estudo a Bíblia... Não confundir isto, com particulares revelações mirabolantes, pois a revelação de fato é o que está escrito na Bíblia; que qualquer um que saiba ler poderá entendê-la na tradução da sua própria língua, também que sejam consideradas as ponderações dos escritores aos Hebreus 4. 12-13 e Paulo em I Coríntios 2. 1-16.
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P. S.: Este livro não é uma obra acadêmica, até porque, como já foi visto neste primeiro subtítulo, tenho optado por flexibilizar a norma da ABNT quanto a transcrição acima de três linhas ─ quando não a separo num parágrafo independente, a mantendo no meu texto, todavia com a sua devida identificação e credito ao autor, inclusive a remetendo para a Bibliografia. Cuja opção decorreu de coerente análise desse conjunto normativo, entretanto preferindo a forma aqui apresentada; que se sustenta no Midrash rabínico, que misturava ou aglutinava a transcrição de outros autores com o seu próprio texto (ver Novo Testamento), tornando-o mais didático, coeso e de fácil compreensão, como vemos nos escritos do Novo Testamento... Considerando também que muitos leitores costumam afirmar; não lerem as transcrições destacadas ─ que sentem como se um intruso estivesse presente no que está lendo ─, e as notas de rodapé. Ainda, bom seria que todos os acadêmicos pudessem identificar com facilidade todas as citações mescladas num determinado texto ─ como têm que fazer com obras antigas, inclusive nas do nosso grande Machado de Assis; que nos obriga a estar informado sobre quase tudo ─ também para de pronto identificar plágios ou efetiva apropriação de trabalhos de outrem ─ quanto ao seu autor e a idéia ─; que no caso dos teólogos, quanto à Bíblia, é imprescindível que assim seja, pois o texto bíblico na sua essência tem essa exata formatação.
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Por fim, como é informado no sumário; o primeiro capítulo desse trabalho, por ser uma contestação à milenar doutrina da trindade ─ nesse capítulo que será o cerne ou coração (alma) desse meu livro ─ sendo ele um contraponto a essa doutrina, se constitui, de alguma forma, ser esse material, coisa que demanda a sua discussão nos seminários de teologia, e por conseqüência ganha status acadêmico ─ até porque a doutrina da trindade é senso comum universal para todo o universo acadêmico chamado cristão... Notem que eu disse senso comum e não senso crítico. Também pela consistência e profundidade como o assunto é discutido nesse trabalho ─ e até julguem se consegui ser eficiente no que consideram como indevido, escrever na primeira pessoa do singular. Daí o entender, defender e desejar que esse trabalho seja visto assim e receba o aceite do mundo acadêmico... Mesmo que seja com o pressuposto de empatia exótica de curiosidade; como defendo desde o início desse subtítulo e reitero a seguir à sua utilidade como material de apelo acadêmico.
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Mesmo não sendo este livro uma obra acadêmica ─ como reitero e sistematicamente informo esse óbvio de maneira repetitiva intencional ─, todavia, foi escrito com um forte interesse de que também ele seja lido, estudado e até adotado como ferramenta por pessoas dessa área ─ como pedi anteriormente ─; sendo a minha expectativa, a de acrescentar e de algum modo, ser entendido, plenamente útil e decididamente não decepcionar... Ainda, para concluir, tomo como meu advogado o grande e completo na maneira de escrever e ser entendido, Machado de Assis; a quem constituo como meu defensor, em suas palavras no capítulo Convivas de Boa Memória (de número 59) da sua obra Dom Casmurro ─ “(...). Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que achei nele. (...). É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas...” Essas ponderadas e inteligentes conclusões do nosso grande Machado, permito-me, tomá-las para mim, e de algum modo também transferi-las para você, caro leitor.
JORGE VIDAL
SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS O AMOR VERSUS MACHADO
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Já que no subtítulo anterior sobre filosofia, falei basicamente de Sócrates (470-399 a.C.) e Platão (427-347 a.C.), creio valer a pena falar um pouco mais da Alegoria da caverna e do Amor chamado platônico, ambos ditos de Platão, que na realidade são de Sócrates, como veremos no decorrer dessa pequena avaliação; que é oportuno que se faça nesse momento em que temos aqui o uso objetivo dessa Alegoria e a discussão sobre o Amor, segundo a visão dos gregos. Sobre a Alegoria da caverna, no comentário anterior, vimos, naquela reunião na casa de Polermo, a presença de vários amigos seus, inclusive, os dois irmãos mais velhos de Platão; um deles, Glauco, dialogou com Sócrates, que também lá estava ─ tendo Sócrates dialogado também com outros ali presentes, como Transímaco, que era filósofo Sofista. Voltado ao que disse: o interessante quanto ao dialogo de Sócrates com Glauco, foi o fato, de sendo ele irmão de Platão, que dizem ser o autor da Alegoria da caverna. Foi justamente nesse diálogo com ele que Sócrates propôs essa sua famosa alegoria, que tem servido de referência para muitos no decorrer da história ─ usada também por Paulo em contraposição à valorização exacerbada que parte dos crentes da igreja de Corinto dava à filosofia grega em detrimento do Evangelho de Cristo ─, aos quais chegou, como também a nós, por meio da obra de Platão A República... Creio, nem seria preciso fazer ou construir aqui a conclusão de que a Alegoria da caverna é de autoria de Sócrates e não de Platão, entretanto vale à pena trabalhar esse assunto e o farei... É oportuno informar que a meu juízo a denominação Mito da caverna é totalmente errada, porque mito é a história ou narrativa da origem de alguma coisa. Diferentemente alegoria é uma explicação figurada (parábola) alusiva ao caminhar (evolução) de algo no campo semântico abstrato; que no caso em apreço é a detalhada explicação de como evolui a ignorância para o conhecimento (a Alegoria da caverna), muito bem construída por Sócrates em Platão.
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Da mesma maneira, o amor chamado platônico não é de Platão e sim de Sócrates ou socrático e não platônico como dizem muitos estudiosos e o senso comum dessa conclusão errada; senão vejamos nas obras de Platão onde esse assunto foi tratado com detalhes e a partir das quais, essas conclusões e epíteto foram construídos por Marsílio Ficino (filósofo neoplatônico) no século XVI, e como construo a negação dessa autoria, no decorrer e final desse estudo...
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A obra O Banquete, que é uma sucessão de discursos, como tudo que Platão escreveu, começa com um diálogo de Apolodoro e Glauco, quando esse lhe perguntou sobre o banquete, e se ele lá estivera, também perguntou de forma irônica se não fora Sócrates o que lhe contara sobre a tal reunião e festa. Ao que Apolodoro informou ter sabido do que ali se falou por intermédio de Aristodemo, discípulo de Sócrates... O fato interessante nesse início de relato foi de Platão ter dado destaque aos discursos de Sócrates e Alcibíades (discípulo preferido de Sócrates); como se as suas falas tivessem obedecido a esse roteiro ─ porque, de alguma forma, lhes deu destaque ─, quando registrou que as falas ali proferidas foram deles (Sócrates e Alcibíades) e dos demais; quando na realidade, Sócrates foi o penúltimo a discursar e Alcibíades o último a falar, com posterior pequena tréplica de Sócrates... Entendo eu com isso, a chancela de Platão para a maior ou menor importância de cada discurso ali proferido, quanta à sua pertinência em relação ao assunto. Tanto que foi numa resposta de Erexímaco a Alcibíades (o ultimo a chegar) que ele explicou a pauta decidida para aquela reunião. Que cada um pela ordem em que estava sentado fizesse um discurso sobre Eros, louvando-o o quanto que pudesse... Outro fato importantíssimo a ressaltar (aproveitando o dito aqui sobre discursos) é que, posteriormente (início da era cristã); esse hábito e prazer em ouvir e discursar que ensejou e possibilitou a Paulo ser levado ao Areópago, por filósofos epicureus e estóicos para ali discursar sobre as suas idéias, conforme Atos 17. 18-21. Quando inteligentemente mostrou o seu pleno conhecimento da cultura e filosofia grega, na afirmação ─ como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração; referindo-se a dois poetas filósofos estóicos: Arato (315 ─ 240 a. C), o cântico Fenômenos ─ Que todo cântico comece por Zeus (…). Tanto é que somos da sua raça (…). De Cleanto (331 ─ 232 a. C.), o cântico Hino a Zeus Ó mais glorioso dos Imortais, (…) Zeus, autor da natureza (…). Porque de ti procedemos, (…). Sendo esses dois poetas, discípulos do filosofo Zenão de Cício (336 ─ 264 a.C.), o pai do estoicismo ─ citado aqui por mim, na busca de ajudar a dificuldade de muitos em entender o uso por parte de Paulo, dos conhecimentos que detinha da cultura e filosofia grega. Nessa fala de Paulo aos gregos ali no Areópago, ele descredenciou Zeus e atribuiu aqueles cânticos a Deus, naquela época entendido como o Deus (grego, Θεóς) dos judeus; que é hoje o Deus único da maioria dos povos do mundo, inclusive dos islâmicos e de todos aqueles que crêem num único Deus. Voltando às obras de Platão. Na obra O Banquete, que é um relato de Aristodemo a Apolodoro, que o fez posteriormente a Glauco e outros amigos; de uma reunião na casa de Agáton (o banquete), do qual participaram: Aristodemo, Fedro, Pausânias, Erixímaco (que era médico), Aristófanes, Agáton (o dono da casa), Sócrates e Alcibíades (o último a chegar e discursar).
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Nessa reunião (reiterando), cuja pauta dos discursos foi Eros, o deus do amor segundo a mitologia grega. Os discursos foram proferidos na ordem e que estão listados os nomes acima; sendo os dois mais importantes para o que quero concluir sobre o amor chamado platônico, são inicialmente, as falas de Sócrates e o de Alcibíades, mas, também farei considerações sobre os outros discursos na direção de outras acepções do amor. Sócrates na parte inicial do seu discurso, fez uma espécie de avaliação dos discursos que o antecedera, fazendo reparos pesados quanto ao conteúdo de cada um deles, e agravou de certa maneira contra o de Aristófanes, e por fim, o de Agáton, para o qual estabeleceu com ele uma avaliação maiêutica, que gerou em Agáton certo constrangimento, que Sócrates tendo observado isso, criou um artifício ─ que pode ser entendido como tal ─ para continuar o discursar no mesmo nível de veemência e contestação ─; recorreu ao mecanismo de um pretenso diálogo dele (Sócrates) com Diotima, que seria na realidade uma hábil fantasia para evitar constrangimentos aos amigos, dada a veemência do seu discurso; no qual, os seus amigos que o ouviam seriam ele, e ele (Sócrates) seria a Diotima ─ não que ele tenha dito ou convencionado isso com eles ─, entretanto, quem lê o discurso, vê e entende claramente esse expediente sendo usado por ele... Ainda, quanto ao assunto autoria de Platão para coisas que aparecem nas suas obras, que vou contestar de maneira objetiva no seguimento final. Há por parte de estudiosos a defesa de que Diotima seria Platão emitindo opinião nessa obra (O banquete) como se fora ele esse personagem. Coisa essa que não teria base de sustentação ─ como se verá no final ─, porque nem na obra Fedon, que trata da morte de Sócrates, Platão emite opinião.
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Inclusive, Sócrates, através de Diotima criou um mito para o nascimento Eros, cujo pai, Poros, seria a riqueza e excelência; em contraposição à mãe, Penia, a pobreza e mediocridade, que o gerou após ter-se entregue a Poros, que estava embriagado com néctar e adormeceu nos jardins de Zeus, expediente criado por Sócrates; porquanto, na Teogonia de Hesíodo (autor dos deuses da Mitologia grega), o deus Eros é um deus primordial, não gerado, e em Homero Eros é filho de Aires e Afrodite. Que infere para o ser de Eros, vulgaridade e excelência ao mesmo tempo, ou várias acepções ─ qualidades ou defeitos para essa ou aquela forma de amor (leitura minha) ─, tanto que, ficou convencionado entre eles, ou nos vários discursos proferidos apareceu a conclusão do entendimento do Eros excelente e o Eros vulgar. Que contemplaria o excelente para um relacionamento heterossexual (O desejo da imortalidade) equilibrado e de fidelidade; na direção do vulgar, o relacionamento heterossexual com adultério, e nessa degradação (um dos termos da dicotomia gradação e degradação, que orienta a qualidade da futura re-encarnação), a terceira, o homossexualismo...
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No seguimento ─ como se fora Diotima ─, Sócrates desenvolveu a idéia do Eros (amor sexual), que denominou de O desejo da imortalidade (comentado acima), que seria a acepção heterossexual com vias à procriação ─ fácil de entender o que ele propõe aqui: o relacionamento matrimonial entre um homem e uma mulher para procriar e perpetuarem-se nos seus descendentes ─, no qual, vejo uma das facetas do amor socrático, indevidamente chamado de amor platônico; sendo esse, mais um dos sérios senões do homossexualismo, pois, teoricamente, a sua prática generalizada caminha na direção da extinção da raça humana (que trunca ou impede O desejo da imortalidade, que é a procriação), aqui muito bem sinalizada por Sócrates nesse mito. Após as veementes conclusões finais dele, como se fora Diotima falando com ele e aos presentes, seguiu-se o discurso do jovem Alcibíades.
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O assunto que aqui estou desenvolvendo sobre o amor; enseja a plena necessidade de não deixar de fora uma avaliação da obra literária Dom Casmurro de Machado de Assis, que é também sobre o amor... Avaliar, não no como foi escrito, quanto à questão lingüística e gramatical ─ que para fazê-lo; seria antes de tudo necessário ares de pretensioso para isso fazer, em se tratando de um escrito de Machado ─, mas, sim sobre aquilo exatamente escrito por ele nessa obra ─ inclusive alguns objetivos assuntos que ele de forma sutil e inteligente nela colocou; e a maioria que a leu ainda não entendeu ─, numa síntese que a interprete convenientemente.
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Daí, antes de continuar o seguimento anterior e comentar o discurso do jovem Alcibíades, vou citar ou estabelecer um paralelo muito interessante entre Sócrates em Platão num discurso na obra O banquete (o comentado acima), com nosso grande escritor Machado de Assis no seu emblemático Dom Casmurro, no qual, do mesmo modo como, Sócrates recorreu em seu segundo discurso no banquete na casa de Agáton, o construir uma personagem (Diotima) que dialogasse com ele para com isso ter liberdade de total veemência no que queria fundamentar em oposição aos que ali estavam, principalmente Agáton, a quem constrangera no discurso anterior ─, também, Machado construiu o personagem, o velho tenor italiano, chamado Marcolini; nos capítulos, 8 É tempo, 9 A Ópera e 10 Aceito a Teoria; para que no diálogo com Bentinho pudesse vir por intermédio desse personagem a síntese da sua visão teológica de Deus versus Satanás versus seres humanos (também trazendo Satanás para a trama, quando o usará contra Ezequiel, nas maquinações de Bentinho, seu pai).
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Sendo a obra Dom Casmurro; um conjunto de elementos de romance com paulatino Realismo (que marca início desse período) de conflitos humanos com aprofundamento psicológico e até patológico. Patológico esse, que se robustece no associar literalmente o filho de Bentinho e Capitu, Ezequiel a Satanás (citado acima), quando no capítulo 146 Não Houve Lepra, constrói por intermédio de seus colegas de faculdade; após a sua morte por febre tifóide a inscrição para a lápide do túmulo de Ezequiel (filho de Bentinho e Capitu), um texto do livro desse profeta da Bíblia ─ Ezequiel 28. 15 parte “a” ─ Tu eras perfeito nos teus caminhos, e a parte “b” que Bentinho pesquisa na Bíblia ─ desce o dia da tua criação; quando após lê-la, diz: parei, ou Machado resolve omitir e não comentar a parte “c” ─ até que em ti se achou iniqüidade ─, que é uma alegoria do rei de Tiro (importante cidade portuária na época do profeta Ezequiel) para Satanás, para a qual esperou de nós informação teológica para a sua identificação. Também, numa anunciada digressão literária plenamente literal, reproduz nos capítulos 131 Anterior ao Anterior e 132 O Debuxo e o Colorido, grande parte das maquinações doentias de Bentinho nessa e outras direções... Realmente, ciúme superlativamente patológico, que Machado, aqui busca mostrar. De igual modo, uma clara crítica à religiosidade doentia, que foi presente na Alta e Baixa Idade Média, também presente naquela época (contemporânea a Machado) e hoje ainda existe em todos os ramos religiosos, que permeia toda abra ─ inclusive, a obstinação da mãe de Bentinho em fazê-lo padre... Quando dá uma literal alfinetada no catolicismo, por meio de José Dias, o agregado homem culto, dos superlativos e de prática da medicina homeopática, que diz no leito de morte no capítulo 143 O Último Superlativo, ao lhe ser oferecido por Bentinho um médico homeopata ─ Não, Bentinho, disse ele, basta um alopata; em todas as escolas se morre. Demais, foram idéias da mocidade, que o tempo levou; converto-me à fé de meus pais. A alopatia é o catolicismo da medicina. Que se conclui, como num silogismo a partir da afirmação anterior do mesmo José Dias no capítulo 5 O Agregado ─ (...); a homeopatia é a verdade, e, para servir à verdade, menti, mas é tempo de restabelecer tudo...
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É objetivo e sutil, o nosso Machado, na didática em colocar o contemporâneo do seu momento histórico na sua obra de ficção, quando traz de forma objetiva a truculência da escola alopática ─ comparando-a ao catolicismo, também truculento no seu proceder histórico ─; contra a homeopática que só teve o seu reconhecimento como formação médica no Brasil, em 27 de março de 1846, mas, com sérias restrições à prática de medicação. Machado nasceu e viveu junto a todo esse processo de discussão e reconhecimento dessa escola médica, que se arrastou por todo o seu século, o século XIX, e ainda não resolvida hoje no seu pleno reconhecimento. Daí fazer com que José Dias medique tão-somente a pobres e escravos (capítulo 5 O Agregado), como informa sobre esse momento da nossa história o Dr. Adailton Salvatore Meira, no interessante trabalho A introdução da homeopatia no Brasil, no seu endereço na Internet: homeoint.org/articles/meira.historia.htm... Também por meio de José Dias usou a característica dos superlativos nessa contraposição ao catolicismo, quando levanta por parte do vigário local questões de ordem canônica para a inscrição: Uma Santa, colocada na sepultura da falecida mãe de Bentinho, senão veja o capítulo 142 Uma Santa ou como concluiu José Dias à Bentinho, que deveria ser, não Santa e sim: Santíssima.
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Falando um pouco mais sobre essa obra ─ que aqui é pertinente, porquanto o seu tema central é o amor (reiteração intencional). No que, poderia ser entendido como rebuscado e o demonstrar erudição, da grande capacidade intelectual de Machado de Assis; que aparece nessa e outras obras dele, é, na realidade, uma espécie de alinhamento com o empirismo histórico-mitológico presente em Platão nos diversos discursos dos filósofos; e de forma objetiva em Maquiavel em O Príncipe no empírico-histórico-literário e também nas exegeses (midrash judaico) dos escritos do Novo Testamento; reproduzido por Machado, quando dos atos e conflitos dos seus personagens, para lhes dar verossimilhança ─ sendo isso o que Machado explica no curto capítulo 10 Aceito a Teoria, usando exatamente essa terminologia. Coisa essa, que acontece nas suas demais obras (as dessa, que não comento para facilitar a sua avaliação), como Memórias Póstumas de Braz Cubas. Que fazendo aqui uma síntese dos sete primeiros capítulos, temos: A comparação do seu personagem com Moisés ─ a quem é atribuída a autoria do Pentateuco ─ que no quinto livro, Deuteronômio é narrada a sua morte, no pressuposto de ter sido feita pelo próprio. No seguimento temos o uso de Hamlet de Shakespeare; de Cavour ─ Camilo Benso, o Conde de Cavour, que foi nomeado em 1852, chefe de gabinete do rei Vitor Manoel II, promovendo a unificação do território da Itália, em poder da Áustria, também contestou o amplo território da Igreja Católica, gerando o que ficou conhecido na história como Questão Romana; também a citação de Bismark ─ Oto Von Bismark, na unificação da Alemanha, que Machado ressalta na citação, ter Cavour morrido no decorrer do processo e Bismark não; da obra Os doze Césares de Suetônio; citando de forma objetiva o simplório imperador Cláudio pelo advogado Sêneca (preceptor e conselheiro do imperador Nero); o imperador Tito, o segundo da dinastia dos Flávios; Lucrécia Bórgia a Mesalina católica ou alguém entre a flor e a lama; a batalha de Salamina, canal onde os persas ─ após terem vencido os trezentos de Leônidas ─; nesse canal, pelas condições adversas do local para embarcações de grande porte, a esquadra persa foi avariada, impedindo assim toda estratégia deles contra os gregos; a Confissão de Ausburgo ou a nova fé evangélica; o protetorado de lorde Cromwel e o Puritanismo; também o anterior Sistema feudal; a Suma Teológica de S. Tomás de Aquino; O cavalo de Aquiles versus a Mula de Balaão; o Édem e a tenda de Abraão ─ inclusive, fala da presença de onze amigos no leito de morte do seu personagem; na alusão aos onze oficiais da execução penal grega em Apologia de Sócrates de Platão, que no dia da execução, um ali estava para dar o veneno a Sócrates, conforme a obra Fedon do mesmo Platão. Aparece muito desse empirismo nas obras de Machado de Assis. Por fim. No seguimento ─ e vou parar por aqui, até porque a análise proposta é sobre o amor ─ e nisso entrou Dom Casmurro, e para justificar o empirismo presente em suas obras, gerou o também comentar parte de Braz Cubas, que concluo agora ─, o comentário sobre o capítulo 7, para um total de 160 capítulos...
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Machado no capítulo sete começa a resgatar ou define coisas ditas anteriormente, como: A baba de Caim, como sendo a inveja que baba; também quanto a Natureza como sendo o que corresponde ao mito filosófico da Caixa de Pandora; agora lhe atribui diferentemente a antropofagia, num elenco de pressupostos da cadeia alimentar ─ a onça que se alimenta do novilho de carne tenra ─, e da crise de Jó diante dos seus problemas; quando manda que a Caixa de Pandora abra o seu vente e engula a todos ─ e não o que de lá sai e atinge a todos os humanos (como diz esse mito) ─, mas, na mesma alusão do inexorável da vida de cada um de nós frente a phísis, ou Mundo, ou Natureza, ou seja, a nossa existência no caminhar e o seu conseqüente fim. Voltemos a Dom Casmurro, que é parte do tema amor desenvolvido aqui.
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A narrativa da obra Dom Casmurro é permeada pela alusão a filósofos e a filosofia, inclusive, a lógica dos gregos quando fala do silogismo (também o empirismo dos discursos dos filósofos), sistematizado em Aristóteles e muito criticado pelo eminente filósofo Voltaire, como também por Machado; sendo que, José Dias, o agregado (homem culto como Sócrates); no seu desinteresse afetivo (amor sexual, Eros dos gregos) pela viúva prima Justina e a depois também viúva Dona Glória; em contrapartida a dedicação isenta a toda família de Bentinho, remete, de alguma forma, para o amor socrático (que não é platônico) discutido aqui; sendo, inclusive, muito clara a sua condição de celibatário, porquanto não há na obra informação alguma sobre a busca, e de relacionamento afetivo por parte dele com quer que seja. E nos seus superlativos, uma crítica à hierarquia do clero católico romano e ao direito canônico.
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Não há decididamente dúvidas quanto a fidelidade da bela e meiga Capitu, porque nas informações que se tem na obra, cuja a mais forte seria a dela ter gerado um único filho ─ o que nessa intencional dúvida criada por Machado de Assis, colocaria Bentinho como incapaz de gerar filhos, que faria de Capitu uma adúltera ─, isso, e todas insinuações, inclusive, as quanto a forma de agir: imitações de Escobar e não parecer-se com ele fisicamente; não chegam à detalhes fisionômicos por parte de ninguém e sim, tão-somente as ilações doentias de Bentinho da genialidade sutil a de Machado, quando diz no capítulo 112: ─ Imitar os gestos, os modos, as atitudes; imita prima Justina, imita José Dias; já lhe achei até um jeito dos pés de Escobar e dos olhos (no capítulo 116 refere-se também às mãos ─ imitação, foi o que Machado escreveu), que junto a outras dúvidas; estariam anuladas na fala de Escobar ao sugerir um possível futuro casamento (capítulo 108) de Capituzinha, sua filha com Ezequiel ─ nome dado a ele de forma proposital por Machado em função das setenta citações bíblicas, ou seja, em função das setenta vezes que aparece a expressão “Filho do homem” no livro do profeta Ezequiel (não por ser Ezequiel o nome de Escobar, conforme a fumaça da dúvida sutil do capítulo 108 Um Filho) ─ usando-o na trama da suspeita ─ que a contraposição de Capitu quanto a isto a isenta, pois foi na direção de exigir respeito à Bíblia, conforme o capítulo 116 Filho do Homem. Sendo repetitivo, o menino não se chama Ezequiel porque Escobar é Ezequiel; como a maioria dos leitores prefere entender, e sim, em função do profeta Ezequiel de quem saiu o texto da lápide da sua sepultura quando morreu, exatamente como Machado planejou desde que iniciou a obra, inclusive começando pelo nome Ezequiel de Sousa Escobar ─ quando, o nome Ezequiel do menino antecede a própria obra, como também a idéia de adaptar Otelo. Que para ser entendida essa questão de forma definitiva; no seminário, onde brincar com fatos bíblicos seria perfeitamente normal; ninguém chamou Escobar de Ezequiel filho do homem. Relembrando o seguimento anterior, o possível casamento de Capituzinha sugerido por Escobar, seria conscientemente propor um incesto; no pressuposto de ser ele o pai de Ezequiel. Também, de forma inteligentíssima (seguindo os superlativos do agregado), no capítulo 62 Uma Ponta de Iago ─ como se Machado estivesse dizendo, que Bentinho não precisa exatamente de José Dias para alimentar o seu ciúme ─ porque você viu como e quanto ele maquina a partir de um pequeno comentário de José Dias, isso, fez caber até um pouco de Iago no ciúme doentio de Bentinho ─, quando nesse capítulo criou o que ele intitulou, Uma Ponta de Iago (porquanto José Dias não é adaptação de Iago), quando associa as insinuações normais de José Dias a Iago o intrigante e caluniador vilão de Otelo, o Mouro de Veneza, e no curtíssimo capítulo de número 72 Uma reforma dramática, literalmente cita Otelo e Desdêmona, e faz uma entendida comparação entre a sua obra Dom Casmurro e a peça teatral de Shakespeare, quando propõe para aquela, a inversão dos seus quatro atos, que deveria começar pelo ato final, ou pela morte de Otelo e Desdêmona, como o seu Dom Casmurro que começa pelo final, se remete para o início, caminha na direção do final, se dando a algumas digressões nos flash backs da genialidade narrativa de Machado; também, novamente no capítulo 135, intitulado de Otelo, aparece a peça teatral, Otelo e Desdêmona (porque Otelo e Desdêmona são dois dos três personagens usados na adaptação). Enfim, os ciúmes de Bentinho são infundados como os de Otelo em Shakespeare...
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Também, é genial e magnânimo o nosso Machado de Assis, quando do primeiro capítulo, Do Título, diz, textualmente (como vou mostrar no seguimento) que a obra Dom Casmurro não é totalmente sua ─ não confundir o que digo com o título, que é seu, como o poeta do trem ─, porquanto, em relação ao núcleo (centro) dessa sua obra que é uma surpreendente adaptação da peça teatral Otelo, o Mouro de Veneza de Shakespeare. Na qual, conseqüentemente, Dona Capitolina não seria adúltera como Desdêmona não o foi (aqui, uma provocação minha, porquanto sendo adaptação poderia ser, mas, não é, como mostrarei com detalhes), é esse fato que abre a pseudo caixa da dúvida, que ele (Machado) promove em toda a obra para dar sustentação à trama proposta. Entretanto, deliberadamente, informa de maneira literal e sutil no início da obra, a impertinência dessa dúvida, quando a partir do menor personagem desse seu livro, que apelida o seu doentio principal personagem de Dom Casmurro; que poderia (o autor) ser eu, você, ele ou aquele (porquanto se tem criado muitos Dom Casmurros, pela leitura errada que se tem feito da obra) ou Shakespeare, quando diz ─ O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto. Aqui a principal chave (e outras de menor importância já citadas) que abre e desvenda o que chamam de dúvida da fidelidade de Capitu. Também uma objetiva crítica a muitos autores ─ possivelmente alfinetou a alguém de sua época, que não consigo identificar ─, que tão-somente têm das suas obras os títulos que as identificam... Que no seu caso (o meu poeta), o poeta a quem pertence o título; pertence-lhe, como também o título. E quanto a obra no total (nem tanto), pois o núcleo principal de três personagens Otelo, Desdêmona e Miguel Cássio se constitui na base de adaptação dessa sua obra, que ganham (os três personagens) luzes maiores em Dom Casmurro ─ que não as tem em Otelo de Shakespeare (que é medíocre se comparada a adaptação de Machado) ─, principalmente Bentinho. Entretanto Iago, a estrela maior de Otelo, o Mouro de Veneza, não corresponde a José Dias; que é uma espécie de “coringa” na obra (que como tal, em Dom Casmurro, tem maior brilho que Iago em Otelo de Shakespeare); ou também a representação do próprio Machado (transitando, quase todo o tempo na obra) fazendo críticas aqui e ali e fomentando a trama (não exatamente Iago como querem críticos e estudiosos da obra) ─ como já informei algumas dessas facetas ─; foi usado por Machado como Uma Ponta de Iago (capítulo 62); o amor socrático (chamado indevidamente platônico) com já comentei acima; autodidata como o próprio Machado; crítica à Igreja Católica, na homeopatia versus alopatia; também ao direito canônico nos superlativos de José Dias do capítulo 142 Uma Santa e 143 O Último Superlativo e a criação da pseudo cigana oblíqua. Tudo isso, sem tomar exatamente o trágico de Otelo e de outras obras de Shakespeare.
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Cabe ainda avaliar outro ponto dessa obra, que talvez seja o mais explorado de maneira desavisada na direção de tornar Capitu como uma mulher indigna; sendo esse o ponto por demais infantil (na sua leitura e interpretação no decorrer da história); nisso, pouco compreensível é que seja explorado por homens das letras e críticos, e também na adaptação da obra como se fora verdade o que é insinuado contra os ciganos, de maneira sutil por Machado, que é o da fala de José Dias que pretensamente definiu o olhar de Capitu como “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Para o qual, Bentinho disse que não sabia o que seria oblíqua, mas, dissimulada, sim, sabia ─ intencionalmente Machado não o fez dizer também, que ele nem ninguém, inclusive o próprio Machado, não sabia quem são exatamente os ciganos e como seria o de fato olhar de uma cigana (etnia na trama e crítica anti-racista e discriminatória do nosso Machado de Assis)...
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O que estou dizendo é sabido por todos que pesquisam sobre povos e etnias (antropologia e etnologia), como o nosso grande Machado de Assis; porque “pouco se sabe sobre os ciganos como gente, povo”; paradoxalmente, muito, sobre a sua discriminação, perseguição e martírio. E olhos de cigana oblíqua, a partir dos pressupostos da obra e da verdade histórica e sociológica; é uma inteligente jogada retórica de Machado em cima do senso comum do que se criou de ruim contra os ciganos, que aqui, ele, além da crítica, lança uma nuvem de fumaça para fomentar maior dúvida quanto aos princípios éticos de Capitu ─ como temos visto na atitude dos críticos e estudiosos dessa obra ─ que têm caminhado pacificamente no senso comum racista e discriminatório da cigana não confiável e mentirosa. Senão, pensemos. Não existe cigana, ou qualquer mulher oblíqua, que seria literalmente, o indevido com ângulo, inclinada, não perpendicular. Machado pegou você direitinho, porquanto no contemporâneo a ele, o termo oblíquo fora historicamente específico da geometria e congêneres, como aparece no Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, do ano de 1899 (ver também anteriores e posteriores, como os de hoje). Porque se oblíquo (e oblíqua) ganhou também outra conotação e aplicação registrada nos dicionários no decorrer da história; isso se deveu a força de Machado de Assis e essa sua obra versus a dificuldade dos eruditos e lexicógrafos em entender Dom Casmurro. Entretanto, todavia, porém, o olhar dessa ou daquela mulher (cigana ou não) pode ou poderá ser oblíquo e dissimulado. Como o próprio Machado faz constar no capítulo número 44 O Primeiro Filho, na fala de Bentinho; retirando o substantivo “cigana” (que é a crítica contra o racismo discriminatório), e reproduz o que seria realmente correto; não fora o seu interesse na anterior inserção para a crítica e trama da dúvida ─ Capitu olhou para mim, mas de um modo que me fez lembrar a definição de José Dias, oblíquo e dissimulado; levantou o olhar sem levantar os olhos. Que no caso de Capitu versus o brincar com o leitor; tem os pressupostos que enumero a seguir, e a sua verdadeira definição na obra Dom Casmurro é que eles são (lindos) olhos de ressaca... Havendo um pouco mais de interesse sobre olhos de ressaca, leia novamente o seu Dom Casmurro no capítulo 43 Você Tem Medo?
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Sendo você, leitor da obra Dom Casmurro, se esteve atento ao que entendeu ou resolveu entender especificamente sobre a construção olhos de cigana oblíqua e dissimulada, na qual, não são oblíquos os olhos, e sim, indevidamente a cigana (chamada oblíqua para brincar com os leitores). Agora irá ─ após ler o que transcrevi no parágrafo anterior ─, ver, com olhar oblíquo ou não, que Machado até o fim da obra; esteve borrifando nos seus olhos a indevida fumaça, que chamou de cigana oblíqua, a partir do senso comum do racismo (reiterando) que está na mente de muitos leitores (inclusive eruditos e homens e mulheres das letras).
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Até mesmo, se não considerássemos os dois capítulos com o título de “Olhos de Ressaca” e a definição romântica e equilibrada dos olhos de Capitu, como está no capítulo 50 Um Meio Termo, transcrito no seguimento por mim... Nessa obra, que foi escrita, relida, revisada, e alterada por Machado até o seu fim (conclusão) ─ como é o processo de feitura de qualquer livro, como ele próprio explica no capítulo 1 Do Título ─ Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. Será que ele escreveu e esqueceu-se do capítulo 25 O Passeio Público, no qual fez muitos entenderem a cigana (etnia) como uma mulher oblíqua, ou Machado brincou com todos nós por todo o tempo? Ou ainda, quando chegou ao capítulo 44, ele resolveu corrigir o que estava errado? Porque então, não retirou a cigana oblíqua de toda a obra ─ porquanto, afinal de contas, não era oblíqua a cigana e nem oblíquos os olhos, e sim, o olhar de Capitu, conforme o capítulo 44. Creio, que agora, todos nós sabemos o agathiano (Agatha Cristie, contemporânea de Machado por 18 anos ─ enquanto criança, adolescente e jovem , antes de se tornar a grande escritora de contos de mistério e suspense, que lhe deu a alcunha de Rainha do Crime) oblíquo motivo de tudo isso. Quem sabe Machado também foi uma das fontes (posterior a sua morte) de motivação para a vigorosa veia do suspense e mistério que levou Agatha Christie ao topo desse tipo de literatura... Não se irrite nem entenda como impertinente a minha reiteração ostensiva dessa pretensa obliqüidade, porquanto não fui eu quem a colocou na obra Dom Casmurro, e muito menos a tenho valorizado na direção errada por mais de um século... Não existe (reiterando), cigana ou mulher alguma oblíqua na obra Dom Casmurro (veja e releia o capítulo 44), existe, sim, lindos olhos que sabem olhar obliquamente. Até porque, Machado não escreveu no capítulo 25 olhos da cigana (de+a, que remeteria para uma determinada mulher cigana) e sim, “de cigana” ─ nos pegou também na sintaxe e na semântica porquanto não se tem percebido a gravidade do que da parte dele seria injuria aos ciganos, porque se preposição não tem função sintática, a sua diferenciação pode ter conseqüência semântica gravíssima ─ não fora a subliminar intenção (sendo repetitivo) de nos pegar no nosso racismo e discriminação ─, que remete para a etnia cigana, como tenho explicado insistentemente... E o estranho dessa valoração da cigana, é que além de não perceberem a preposição “de” sem a contração com o artigo, definido feminino singular “a” (que desse modo é etnia), mas, mesmo assim, exercem a discriminação na visão de determinada cigana que os abordaram ou da que viram num acampamento em algum lugar (assim interpretam e reage a maioria dos leitores de Dom Casmurro)... Ninguém inteligente e responsável ─ principalmente alguém como Joaquim Maria Machado de Assis ─, construiria (sem o interesse de nos pegar na nossa ingenuidade) ser oblíqua a etnia, povo, raça ou gente, cigana, brasileira ou outra qualquer (que é o que está escrito no capítulo 25, que até gramáticos não entenderam e continuam não entendendo); com a conclusão que lhe tem sido dada pelos leitores de Dom Casmurro; inclusive, se ele tivesse escrito tão-somente “cigana” (sem a pretensa adjetivação de oblíqua), a leitura e entendimento que se tem feito no decorrer da história, seria o mesmo, pelo mesmo motivo racista e discriminatório que já citei ─ também por parte de eruditos e homens e mulheres das letras. De igual modo, poucas pessoas como Machado, fariam (por coragem ou ausência de medo literário) uma construção dessa grandeza provocativa (de cigana oblíqua) e nesse grau acima dos do “vulgo”, como informa Maquiavel na sua obra O Príncipe ─ (...), pois o vulgo (povo, plebe, populares) atenta sempre para as aparências e nos resultados; o mundo se compõe só de pessoas do vulgo e de umas poucas que, não sendo vulgares, ficam sem oportunidade quando a multidão se reúne em torno do soberano (aqui, eruditos e homens e mulheres das letras). Que estabeleceram para a obra Dom Casmurro algo que Machado não escreveu, tirando-lhe (da obra) ou tirando-nos ─ como diz Maquiavel ─, a oportunidade de ser verdadeiramente entendida ou ainda pior, de muitos de nós, senão todos, a de fato entendermos.
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Ainda, é bom lembrar, que desse capítulo 44 O Primeiro Filho, no qual Bentinho saiu-se muito mal, tiram o que consideram ruim da parte de Capitu, quando ela pergunta quem Bentinho escolheria, entre sua mãe e ela, Capitu. Essa pertinente pergunta foi respondida no capítulo número 101, O Céu, quando em 1865, Bentinho e Capitu se casam; escolhendo Bentinho a Capitu e não o ser Padre, como queria sua mãe. Sendo o capítulo 96 Um Substituto a saída secundária para não ser padre, exatamente como o próprio Machado planejou desde o momento em que pensou em escrever a obra. Literatura é isso, algo pronto e definido, senão a priori, vai se consolidando até o seu final, como o próprio Machado explica com detalhes e comentei no parágrafo anterior. E lembremo-nos ou tomemos ciência e todo cuidado, que livro é algo exatamente diferente das novelas da TV, que são obras abertas até a sua primeira apresentação, quando, no decorrer da apresentação dos seus capítulos: são eliminados personagens que pareciam imortais, criados outros a partir do nada, também verdadeiros vilões se tornam mocinhos ou vice-versa e vai por aí! Sendo repetitivo, livro é coisa pronta e definida, segundo o que pretendeu o autor (autora) ao apresentá-lo já editado.
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Do outro modo, Machado faz Bentinho dizer que entende o que era ser dissimulada, mas, não oblíqua, que passou a entender depois... Com esse entendimento, juntando oblíqua à dissimulada, isso ficou plenamente resolvido no capítulo 65 A Dissimulação ─ de onde tirei a reprimenda (repreensão) de Capitu a Bentinho ─ que fechará como exemplo final o meu comentário sobre a obra ─, onde ao lê-lo se entende que dissimulação e obliqüidade no olhar são características intrínsecas de uma mulher inteligente e perspicaz como era a linda Capitu, à semelhança de todas mulheres inteligentes ─ que no didático bem elementar é aquela que ao visitar uma casa desarrumada ─ vê tudo obliquamente e dissimula na direção daquilo que está melhor, como se estivesse com antolhos (ou anteolhos), como convêm a uma mulher sábia e educada... Coisa que aparece de maneira plenamente literal no capítulo de número 32 Olhos de Ressaca; que é o mais lindo dessa obra, na sua intensidade romântica e a até então lucidez sadia de Bentinho, quando define os olhos de ressaca de Capitu, como ─ É o que me dá a idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.
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E quem já leu com carinho e atenção a obra Dom Casmurro, como o fiz. Lembrará que Machado criou dois capítulos para justamente se contrapor a essa fumaça aparentemente duvidosa “de cigana oblíqua e dissimulada”, ou seja, o capítulo 32 Olhos de Ressaca ─ no qual faz Bentinho lembrar dos olhos dela, segundo o que José Dias lhe dissera no capítulo 25 ─ exatamente numa leitura e entendimento diferente ─, e o de número 123, também Olhos de Ressaca, para brincar com todos nós (seus leitores), pois nesse capítulo (o 123), Machado reitera para não deixar dúvidas ou nos dizer que a valoração de cigana oblíqua é coisa do nosso racismo e discriminação ou Analfabetismo Funcional ─ e como Bentinho via os lindos olhos de Capitu ─, ele o termina vinculando alegoricamente as grandes ondas da ressaca do olhar de Capitu às que vitimaram Escobar, conforme a parte final do último parágrafo desse capítulo ─ Momentos houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva (a mente doentia de Bentinho criou essa comparação, que a grande maioria segue como evidência de traição), sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos (como sempre o foram), como vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã, sendo olhos de ressaca e o indevido olhos de “cigana obliqua e dissimulada” uma das peças importantes na trama, e Machado usará novamente isso no capítulo final.
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Antes de caminhar para a conclusão ─ ainda que, sendo esse trabalho sobre o amor ─, vale a pena aproveitar o que de didático e de lições práticas nos traz Machado aqui e ali, como no caso do capítulo 16 O Administrador Interino; envolve o Pádua (pai de Capitu), empregado de um órgão ligado ao ministério da guerra. Numa substituição interina, com maiores ganhos salarial, que o fez deslumbrar-se e esquecer a transitoriedade desses ganhos maiores; caminhando na irresponsabilidade no mudar o seu padrão de vida. Que sabemos, historicamente resulta quase sempre em desagregação familiar e até suicídio (semelhante aos casos de pessoas que tinham um bom emprego ou participação societária em alguma empresa que lhes proporcionava um ótimo padrão de vida) ─ como o próprio Machado constrói nessa lição prática ─, quando da realidade do voltar ao ganho menor anterior, que, felizmente, não aconteceu com Pádua, porque teve o socorro psicológico de Dona Glória (não de José Dias ou outro homem qualquer, porque não há machismo nessa obra)... Sendo essa faceta da vida desse personagem uma oportuna lição da necessidade de cuidado e bom senso por parte daqueles que eventualmente se vejam em situação como esta.
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Bentinho ou Dom Casmurro (o Otelo não shakespeariano de Machado de Assis) não se suicida, conta sua história e diferente de Otelo, é ele próprio que gera a sua mente doentia (sem nenhum Iago ou é ele o Iago de si mesmo); também Capitu (a Desdêmona de Machado) não foi assassinada por esganadura como a de Shakespeare, e sim abandonada, morrendo algum tempo após a separação, diria eu (perdoe o coloquial), de raiva, por ter dedicado toda sua vida a um idiota como Bento de Albuquerque Santiago. No entanto o desafeto (o Miguel Cássio machadiano) Ezequiel de Sousa Escobar materializa-se como tal em Dom Casmurro, e morre afogado de forma sutil e inusitada; numa antítese ao Miguel Cássio de Shakespeare, que não morre... Por fim, aproveitando Capitu como exemplo de mulher a ser seguido: Não sejamos como Bentinhos e Bentinhas que contam todos os seus particulares (que não são só seus) e os de com quem se relaciona afetivamente, para os Escobares da vida; que não somente em casos específicos como o de Escobar, e sim em todos; sejamos sábios em não fazer propaganda para quem quer que seja sobre as pessoas com quem nos relacionamos afetivamente, a despertar para eles (elas) o interesse de outrem; como fez a fiel, inteligente, bela e grande mulher Capitolina, conforme a fala que Machado lhe deu no capitulo 65 A Dissimulação ─ Não importa; você não tem o direito de contar um segredo que não é só seu, mas também meu, não lhe dou licença de dizer a pessoa nenhuma. Reiterando, não sejamos ─ perdoe, por favor, e pelo amor de Deus mais esse coloquial, todavia tenho que reproduzi-lo ─, Bentinhos e Bentinhas ou Casburros e Casburras... Tudo o que digo nesse parágrafo se constitui em algo muito sério, tanto que há algum tempo desejava falar de forma objetiva sobre isso. E o interessante quanto a essa questão é o fato de Machado ter construído algo dessa infantilidade gratuita no falar das particularidades daqueles que nos são caros, no capítulo 56 Um Seminarista; que no caso, foi Escobar falando a Bentinho sobre sua irmã ─ Não é só na beleza que é um anjo, mas também na bondade. Não imagina que boa criatura que ela é. Escreve-me muita vez, hei de mostrar-lhe as cartas dela.
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De fato, eram simples e afetuosas, cheias de carícias e conselhos. Escobar contava-me histórias dela, interessantes, todas as quais vinham a dar na bondade e no espírito daquela criatura; tais eram que me fariam capaz de acabar casando com ela, se não fosse Capitu. Aqui, no caso de Escobar, por se tratar de sua irmã, seria até uma normal espécie ação de merchandising, a qual teve a sua conseqüência e resposta imediata por parte de Bentinho, exatamente na direção do que tenho ponderado de forma ostensiva.
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Concluindo esse exemplo prático (sendo até impertinente, pois, já falei sobre isso acima), da infantilidade de fazer propaganda dos que nos são íntimos. Não sei, ou “vê se entende o meu grito de alerta” (verso do refrão de uma linda canção do Gonzaguinha); porquanto, o fato é, que todas as vezes que qualquer um de nós elogia e faz comentários íntimos sobre a sua namorada (namorado), sua noiva (noivo) ou sua esposa (esposo), mesmo com amiga ou amigo que crêem ser aquele em quem pode realmente confiar. Na maioria dos casos, isso enseja o pleno interesse dessa (desse) amiga ou amigo, na direção daquele (daquela) a quem se ama, que na maioria das vezes não tinha observado com atenção esse nosso par afetivo... E se passou a fazê-lo, isso foi alimentado pela nossa infantilidade e elementar falta de conhecimento do sentimento e comportamento do ser humano, que é, melhor, pior ou igual a mim, você ou qualquer outra pessoa, entretanto, plenamente humano, como todos somos. Há casos como o de Bentinho e Capitu, que aquela (aquele) que faz esse tipo de bobagem, um deles (ela ou ele) acaba se sentido inseguro pelo excesso de proximidade que deu indevidamente a outra (outro) ─ que embora não tenha havido nada de ruim (somente amizade) gera a insegurança doentia semelhante a de Bentinho ─ que é mais comum do que você possa imaginar (falo como observador). Também é muito comum ─ converse com seus amigos sobre isso e tire você mesmo a conclusão, ou já sabe? Que muitos namorados (namoradas), noivos (noivas) e esposos (esposas) perderam e continuam perdendo o seu par para o outro (amigo ou amiga) pelo simples fato da prática dessa infantilidade. Que é, de alguma forma, o que Machado informa, todavia, sem agravar, como estou fazendo agora...
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Que, entretanto, o afirmado aqui por mim não se constitui em construir a regra absoluta do caos; porquanto, há grandes, sinceras e duradouras amizades construídas no respeito ─ principalmente ao que pertence ao outro ─, sempre estão alicerçadas em sólidos princípios éticos, como é intrínseco de pessoas de boa índole, inteligentes e racionais ─ que por serem humanos, não deixam também de ser sonhos e emoção. Como muitos de nós... São aqueles seres humanos que aí estão no nosso meio e têm a mesma constituição humana, minha e sua, dada por Deus. Como Machado busca mostrar no pequeno capítulo de número 106 Dez Libras Esterlinas; imediatamente posterior ao intitulado Os Braços, que é um libelo de ciúme doentio (como que sendo contraditório); que, no entanto, nesse que aborda a questão das dez libras; no que o pano de fundo é exatamente a proximidade da plena amizade existente entre as duas famílias; para que eu e você (nós) sejamos inteligentes e racionais, em não avaliar e concluir a partir do que a priori nós achamos, e sim o que o escritor realmente informa ─ como vou alfinetar ao final. Também reiterar aqui, que amizades de plena intimidade (sendo repetitivo) pressupõem pleno equilíbrio emocional (que não o tinha Bentinho) somado aos senões, para os quais tenho chamado a atenção neste comentário dessa riquíssima (não só) obra literária do nosso grande Machado de Assis.
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Machado, ao terminar Dom Casmurro, no capítulo 148 E Bem, e o Resto? Alude, ou Bentinho diz que as outras mulheres que conheceu não o fizeram esquecer Capitu, que talvez fosse por nenhuma delas ter olhos de ressaca e nem os indevidos olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Compra ou toma para si o provérbio de Eclesiástico 9. 1 ─ livro apócrifo de um conjunto de sete e mais os acréscimos dos livros de Ester e Daniel, tornados canônicos no Concílio de Trento em 1546, do total de 39 livros (A. T.) anteriormente canonizados pelos judeus em Jamnia no segundo século, para 46 livros em 1546, nesse Concílio... A referência que aqui faço do acréscimo nesse Concílio, não visa desqualificar a citação de Machado e sim é uma informação útil para aqueles que estudam Teologia, porquanto provérbios de Salomão, os do filho de Sirac e os aforismos dos diversos filósofos, são ─ e os tenho usado nesse trabalho, por entendê-los úteis e importantes ─, de alguma forma, uma das bases empíricas que dispomos na construção de idéias... Ainda, quanto à questão Cânon, o que falei acima foi sobre o Antigo Testamento (39 livros e não 46) ─ por direito completado pelos judeus em Jamnia no segundo século ─, e não o Cânon de toda a Bíblia (39 livros + 27 e não 46 + 27), considerando e aceitando que o Cânon dos 27 livros do Novo Testamento foram encerrados pela Igreja Católica Romana (não contesto isso), entretanto, do ponto de vista legal e histórico, o Cânon bíblico correto é o de 66 livros (39 +27) e não 73 livros, que não respeita o Cânon judaico... Voltando a citação do livro do filho de Sirac, é muito interessante essa citação usada por Machado, Eclesiástico 9. 1 ─ Não tenhas ciúmes da tua mulher para que ela se meta a enganar-te com a malicia que aprender de ti, e a contraposição do seu personagem Bentinho a essa verdade prática que inclusive convida o leitor a concordar com ele. Quando, como num axioma da sua parte (de Bentinho); porquanto os ciúmes doentios de Bentinho não o autoriza a discordar e tornar mentira o que diz o filho de Sirac, no entanto a sua conclusão ─ não tão-somente com relação a Capitu ─, quanto ao bem e o mal que está dentro de cada ser humano, encontra aprovação na Bíblia (não confundir a minha concordância ao alinhamento com o Maniqueísmo presente na religião e filosofia oriental, tendo sido o grande problema da Teologia de S. Agostinho), na filosofia, na psicologia e na psicanálise, como ele diz: “uma dentro da outra”, entretanto, cada indivíduo é o produto do conluio (cumplicidade) alma versus corpo (psican. ID versus Ego ─ sou freudiano pelo seu objetivo pragmatismo)... Novamente aqui, no final, Machado traz para os nossos olhos e reflexão, os olhos de ressaca e os indevidos de cigana oblíqua e dissimulada.
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Ainda, mais um pequeno comentário prático quanto a tudo o que disse até agora... Como o amor ─ nas suas acepções ─, tem intrínseca relação com o ciúme, podemos de maneira objetiva e rápida atribuir ao ciúme, três acepções ─ que psicólogos e psicanalistas poderão explicar de maneira técnica e científica com pormenores. Sendo a primeira (que julgo normal), que é sentir ciúme daquela (daquele) pessoa; não querendo que outro a deseje para si ─ entendendo que sendo normal essa acepção, ela, não tem em si o sentimento de posse e aceita ser preterido, como direito da outra parte. A segunda ─ a mais humana do que normal ─, que embute um pequeno sentimento de posse e também desconfia de quem ama (às vezes com razão), procura confirmar ou não a suspeita e sofre com a perda. A terceira acepção, que é a doentia de Bentinho. Machado nos dá toda a trajetória desse tipo de ciúme nessa obra; que é aquela patologia que mistura tudo do infantil e doentio, no querer desesperadamente ter motivo para o ciúme (assim se alimenta esse sentimento nessa acepção), quando nem no subconsciente existe o desejo de que ele seja infundado... A trajetória ascendente desse ciúme de Bentinho ─ que Machado mostra de maneira cristalina no enredo e caminhar da obra ─, chega ao seu ápice nas conclusões dele ao final da obra, quando passa por cima do bom senso, do conselho prático do autor de Eclesiástico e conclui, sem pestanejar, que Capitu o traiu, porque foi sempre assim que ele ou o seu ciúme doentio queria que fosse... E para equilibrar e dissipar a nuvem de fumaça da dúvida, novamente aqui, no final, Machado traz para os nossos olhos e reflexão, os olhos de ressaca e os de cigana oblíqua e dissimulada... Depois de todas as ponderações que fiz; se você não concordou com tudo o que eu disse sobre essa obra e principalmente com relação a pretensa definição de obliqüidade de José Dias, procure também se lembrar do capítulo de número 50 Um Meio-termo (leia-o novamente), que diz ─ Os olhos de Capitu, quando recebeu o mimo (pequeno retrato), não se descreveram; não eram oblíquos, nem de ressaca, eram direitos, claros, lúcidos.
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Ao concluir essa pequena avaliação da obra Dom Casmurro; quero chamar a atenção para um fato muitíssimo importante (comprando aqui, mais uma vez, esse superlativo do personagem José Dias, o agregado), para dizer que; não há como entender Machado de Assis, sem pelo menos o conhecimento básico de: Antropologia, Sociologia, História geral, Literatura e principalmente Filosofia e Teologia... E, de forma específica quanto a Teologia e também o Direito, as obras de Machado são um ótimo material para se exercitar a Hermenêutica. Ainda, considerando que já são passados mais de 100 anos do lançamento da obra Dom Casmurro. Estranho é que muitos continuem tendo todas as dificuldades para entender as obras de Machado, e de um modo especial Dom Casmurro. Que somada à obstinação em não ver e entender que essa obra é uma adaptação de Otelo de Shakespeare ─ que não a desmerece, e pelo contrário cria a base de comparação ─ como o próprio Machado faz no capítulo 72 Uma Reforma Dramática ─, que mostra ser a obra Dom Casmurro muito melhor e mais completa... Que nesse não entender ou não querer entender ─ o que o próprio Machado informa na obra com detalhes ─ possivelmente, se ele ainda estivesse vivo, nos remeteria para a Bíblia ─ na pergunta do diácono Filipe ao eunuco a quem fora evangelizar, conforme Atos 8. 29-30 ─ Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías (fazendo alusão a Dom Casmurro), e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? Essa pergunta de fato existe quanto a este livro de Machado... Temos entendido a abra Dom Casmurro?... Ainda, essa dificuldade de entender os escritos de Machado, e de um modo mais preocupante, Dom Casmurro, torna para nós leitores dela, muito frágil o Silogismo e a Regra Acadêmica ─ criticado por Voltaire e Machado (também por mim, ver o subtítulo Considerações iniciais) ─ que tendo como pressuposto o entendimento vigente dos que têm avaliado a obra Dom Casmurro ─, cuja base dos dois é o amplamente aceito (aqui o senso comum sobre a obra) e o Dr. eminente (homens e mulheres das letras, que construíram a lamentável histórica e atual interpretação). Bom é que se diga reiteradas vezes (ainda que, sendo repetitivo) ─ sendo isto necessário, porque parece que a maioria de nós ainda não entendeu ─, que qualquer obra literária ou o que se coloca em um livro, é coisa pronta no seu conteúdo e na maneira como o escritor espera ser entendido pelos que o lerem... Podemos exercer crítica de valor sobre qualquer obra, de qualquer autor, entretanto, não temos o direito de atribuir a ela aquilo que autor (autora) não escreveu ─ ressalvado até o direito de dizer que o escritor não se fez entender plenamente naquilo que se propôs ─ como o próprio Machado se abre a esse tipo de abordagem para a sua obra no capítulo 59 Convivas de Boa Memória ─, no entanto, será lamentável e indevido construir para o que alguém escreveu, algo que vá além do pretendido pelo autor; que não seja uma adaptação plenamente informada. Isso é o máximo que se pode aceitar e exige a conclusão hermenêutica, que tem que estar presente não somente na leitura e avaliação de material da Bíblia ou do Direito. Daí, aproveitar para dar uma alfinetada final nos estudiosos que têm visto machismo patriarcal em Dom Casmurro ─ quando na obra não existe nenhum personagem com essa característica ─; também não há em Dom Casmurro uma Capitu inferior socialmente (assim tratada) e reprimida pelo Senhor Bentinho; que diferentemente é introvertido ou como o próprio diz no capítulo primeiro Do Título ─ Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. E nenhuma mulher há nesse livro de Machado de Assis com essa condição de coitadinha ─ pelo contrário, as mulheres que aparecem na obra exercem juízo de valor em pé de igualdade com os homens ─, até porque, em momento algum esse tipo de assunto é abordado em Dom Casmurro, e para concluir isto de forma cabal, diferentemente, Dona Glória, mãe de Bentinho é a exata Matriarca. De igual modo, se resolvemos e queremos considerar a obra Dom Casmurro como o “Tratado Geral da Dúvida”; paremos e pensemos em Agatha Cristie, que do início ao fim dos seus intrincados mistérios, deixava fatos e pontos marcados para identificar o culpado no final... Com relação ao nosso Machado ─ que não o vejo menos inteligente e hábil que Agatha ─ também porque, tudo o que Machado escreveu traz dentro de si o exatamente real e humano e os envolve em mistérios e lições práticas ─; se existe dúvida, ela está em nós leitores de Dom Casmurro e não na obra. Voltemos agora ao banquete, retomando o assunto amor junto aos gregos, e de maneira objetiva ao jovem Alcebíades discípulo de Sócrates.
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Alcibíades, como já informei, foi o último a chegar à reunião (o banquete), e já semi-embriagado, como também os que estavam na festa; chegou, e foi saudado com alegria pelos ali já presentes, e recepcionado de forma amável por Agáton, o dono da casa. Algo deprimente ─ entendo eu ─, foi a maneira como ele demonstrou a irônica alegria em constatar que Sócrates estava também ali. Em seguida foi informado por Erixímaco, que naquela reunião todos discursaram sobre o assunto Eros o deus do amor, e perguntou-lhe se gostaria de discorrer sobre esse tema; ao que ele aquiesceu... Vale a pena lembrar que antes de Alcibíades começar a falar e posteriormente fazer o seu discurso, Sócrates, como que num veemente pedido de socorro ao dono da casa, logo que Alcibíades chegou, disse: ─ Protege-me, Agaton! O amor desse homem só me causa incômodos. Desde que o amei, não me é mais permitido dirigir um olhar ou trocar uma palavra com nenhum belo jovem, pois esse homem, ciumento e despeitado, começa a fazer escândalo, entra a injuriar-me, e quase me agride. Por isso toma cuidado que ele não faça nada disso agora! Arranja para que haja paz entre nós dois, ou então, se ele tentar usar de violência, protege-me. Na sua loucura e amor, esse homem é capaz de fazer muitas coisas. Prossigamos com o discurso de Alcibíades e no posterior de Sócrates no que se pode entender e concluir sobre a verdadeira relação entre esse dois homens.
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O seu discurso, que foi dirigido basicamente a Sócrates, ou sobre ele, ou elogiando a ele, ou acusando a ele, ou ainda dizendo a todos que o amava e também se sentia magoado por ele. Enfim, o que estou querendo dizer da forma mais enfática possível é que o discurso do jovem Alcibíades reúne os elementos que faltavam para entendermos o amor dito excelente; que foi chamado de platônico por Marsílio Ficino ─ e é assim que o conhecemos, ou não? Entretanto, como defendo aqui ─ esse foi o “mote” do qual parti, para desenvolver a questão amor, que é de suma importância para o estudo bíblico, justamente pela contraposição de Paulo à filosofia grega. E quando digo que o amor chamado platônico é diferente e exatamente o amor socrático informado a nós por Platão. Conto com ele, pelos registros em suas obras e com a voz que ele deu também a Alcibíades, que nesse seu discurso, isenta a Sócrates do amor pederasta, quando veementemente diante dos que ali estavam: elogiou, reclamou, falou mal, declarou amor, isentou e cobrou a Sócrates diante de todos que o desmentisse, se não fosse verdade, as suas veementes reclamações ─ contadas com detalhes ─, de que por mais que ele (Alcibíades) buscasse criar situações propiciando Sócrates relacionar-se sexualmente com ele, assim não acontecia; o que o irritava e constrangia em não ser correspondido, para a prática do ato sexual, embora sabendo que Sócrates o amava... Amor socrático com toda a certeza, segundo Platão e não de Platão.
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Nos demais discursos, o mais equilibrado foi o do médico Erixímaco que comparou o amor nas suas acepções e relacionamento com a medicina e a música em suas notas com valores de vibrações diferentes (freqüências, síntese com leitura minha), que convenientemente harmonizadas produzem lindas sinfonias. O discurso de Fedro ─ o amante do grande retórico Lísias, que ali não estava ─; foi de certa forma um discurso fraco e sem profundidade de argumentação ─ como as suas intervenções no diálogo da obra Fedro, na qual, na realidade ele não discursa efetivamente, mas sim, lê um discurso do seu amante Lísias, no diálogo com Sócrates ─, que serviu tão-somente para identificá-lo com a pederastia. Já o discurso de Aristófanes é bem fundamentado e o coloca plenamente alinhado com a pederastia, inclusive foi ele que evocou a lenda (mito) dos três sexos, que consistia no masculino e feminino e outro que tinha os dois sexos; e que (segundo ele) veio a desaparecer, ficando tão-somente o nome: andrógino. Esses seres que eram esféricos intentaram contra Zeus e os demais deuses; que por castigo cortaram-nos em duas partes para enfraquecê-los, tendo mandado Apolo curar a parte cortada, entretanto essas metades viviam procurando a sua outra metade, e quando a encontrava, a ela se abraçavam e nessa situação morriam de inanição, aos poucos ia se extinguindo essa raça. Então Zeus resolveu lhes colocar órgãos sexuais na frente. A partir daí, quando um homem encontrava uma mulher havia a concepção e a raça aumentava e quando um homem encontrava outro homem, saciava-se. Aristófanes defende que a partir disso nasceu o amor de uma criatura pela outra. E disse também: ─ Os homens que são hoje a metade do que se chamava andrógino, são loucos por mulheres, e a esta espécie pertence todos os adúlteros. A ela pertencem igualmente às mulheres que amam homens e se imiscuem na vida matrimonial dos outros. As mulheres, ao contrário, que se originam por divisão do antigo gênero feminino, não sentem nenhuma atração pelos homens, mas apenas, como é lógico, por mulheres ― a tal grupo pertencem as hetairístrias ou tríbades (que corresponde às lésbicas). Aqueles, porém, que são uma seção de homem ligam-se a homens e, enquanto são jovens, amam os homens e sentem grande prazer em deitar-se e serem abraçados por eles. O ruim da aculturação desse mito ou lenda é o fato dele ter se popularizado na romântica busca pela outra metade. Que muitos de nós ─ inclusive escritores e intelectuais ─, a usam de maneira infantil aqui e ali, na construção de literatura romântica natural afetiva heterossexual, quando decididamente não cabe ao que estabelece ou ensina Aristófanes nesse mito (lenda).
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No seguir do discurso, ele (Aristófanes) vai dizer que se constitui em ato de virilidade o homem ser pederasta e dar-se em amores a outro homem... Esse é o Eros (amor) lesbiano e pederasta de Aristófanes, Lísias, Fedro, Pausânias e Agaton. Ou o pleno homossexualismo masculino e feminino ─ que envolve a pederastia (masculino) e o lesbianismo (feminino) ─, que é repulsivo e abominável diante de Deus segundo a Bíblia e reprovado por Sócrates nas obras de Platão. Que infere de maneira objetiva: se fora platônico o entender de Sócrates sobre o amor, de igual modo, seriam igualmente platônicas as outras acepções para o amor, conforme o pensamento dos seus demais amigos, que ele (Platão) também registra com detalhes em Fedro e no O banquete... O que estou afirmando de forma objetiva é; se a maneira como Platão diz nas suas obras ser o amor na visão de Sócrates ─ e seria essa forma de entender ou a acepção do que intitulou o filósofo Marsílio Ficino ─ e o senso comum de algum modo aceito como amor platônico ─; então será invariavelmente verdade, serem as acepções de pederastia e lesbianismo, dos demais amigos de Platão, da mesma forma amor platônico, porquanto é ele que também dá voz a esses outros como deu a Sócrates.
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Na também obra de Platão, Fedro, o assunto é de igual modo sobre o amor, quando Fedro trouxe até Sócrates um discurso escrito de Lísias, seu amante; dizendo ali estar um grande e importante discurso ─ até porque, Lísias era famoso mestre em retórica e notável advogado de Atenas ─ e nesse discurso, tudo o que se falou foi em defesa da pederastia ─, entretanto Sócrates, em contraposição, ridicularizou o discurso de Lísias lido por Fedro e, lhe pediu que sugerisse a Lísias escrever outro melhor; apontando ironicamente a ausência do louvor a Eros naquele discurso lido. E em seguida, no seu efetivo primeiro discurso ─ no qual começa expondo um grande elenco de senões na direção contrária à pederastia ─ dos quais transcrevo um ─ que creio estar presente hoje em muitos dos casos desse viver afetivo, e por ter intrínseca ligação com relacionamento familiar ─ A esse homem convém que o amado perca o pai, a mãe, os parentes e os amigos, pois considera como opositores e censores do gênero de convivência que a ele é mais agradável ─, numa veemente contraposição à afetividade que envolve a pederastia, que segundo ele, prejudica o relacionamento familiar e o da convivência com os amigos. Daí o meu entender a plena ironia dele, quando desqualificou o discurso escrito por Lísias (dada também à gravidade que ele entendia do assunto), proferido por Fedro; numa forma amena de pseudo nivelamento (comparação), pois tinha ele, plena consciência da construção do discurso lido e conseqüentemente do seu em contraposição àquele.
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No seguimento, desse seu discurso a Fedro, ele desenvolveu inicialmente (após o relatado acima) a questão Eros a partir da existência da alma (que seria eterna, imortal), e propôs a Alegoria da parelha alada (que não é mito), que contemplava a idéia de um carro puxado por dois cavalos representando as tendências da alma humana: um de “raça”, belo e bom; o outro, de “raça ruim”, feio e mal, que em síntese representavam o caminhar da alma (no vigor das asas do cavalo bom), aproximar-se cada vez mais da divindade (o Gnosticismo, sistematizado em Plotino no terceiro século); e o ruim (no enfraquecer das asas na direção do que é mal e impuro), no tornar-se cada vez mais dependente de purificação em sucessivas re-encarnações ─ sendo inicialmente aqui em Fedro e posteriormente de maneira definitiva em Fedon ─ também, em ditas revelações dos espíritos, na evolução desse entendimento, que veio a ser sistematizado em Kardec como Doutrina Espírita, que é o espiritismo que hoje conhecemos ─ no qual se fundamenta a doutrina da re-encarnação de Sócrates em Platão, que vou discutir em subtítulo posterior, quando comentarei a também obra de Platão, Fédon... Nesse caminhar sobre a alma e o Eros (amor), Sócrates estabelece uma espécie de gradação ou degradação (que determinaria as re-encarnações), de dez níveis diferentes, cujo primeiro seria um filósofo, o segundo um rei legislador, o terceiro um político ou economista, o quarto um atleta incansável ou um médico, o quinto um profeta adepto de mistérios, o sexto um poeta, o sétimo um operário ou camponês, o oitavo um sofista ou demagogo, o nono um tirano, e aqueles, da degradação décima, são os depravados e toda sorte de desajustados... E conclui ─ Quem em todas essas situações, praticou a justiça moral, terá melhor sorte. Quem não praticou cai em situação inferior. Há aqui algo sério, porquanto sendo ele (Sócrates) contestador do homossexualismo evitou falar imediatamente de forma objetiva sobre esse senão nessa descrição da alegoria da parelha alada. Que sendo (na sua visão) o pressuposto maior e de melhor nível de comportamento humano, o ser um filósofo e pleno amor pela filosofia ─ condição essa, segundo ele sine qua non para se chegar até Deus (Gnosticismo) ─, não a vincula de maneira taxativa à prática do homossexualismo com impeditiva (para se chegar à divindade) justamente porque a maioria dos daqueles filósofos com os quais convivia era pederasta, construção essa, de Sócrates em Platão, numa clara contraposição por parte dele à prática do homossexualismo, que não é platônica ou de Platão na obra (possivelmente sim na realidade), primeira e exatamente socrática... Aproveito para transcrever uma frase desse segundo discurso de Sócrates, que tem plena conexão com a conclusão acima e o que disse Paulo, posteriormente aos Romanos 1. 26-27, quando ele também identificou de forma objetiva o homossexualismo feminino (lesbianismo). Vejamos o que diz Sócrates em Fedro de Platão ─ Apenas conhece o que aqui se chama belo, e não adora aquilo que vê. Como um quadrúpede, dedica-se ao prazer sexual, tratando unir-se sexualmente e de procriar filhos. Se for dado à intemperança, não terá medo nem vergonha de se entregar a prazeres contra a natureza (citado por Paulo em Romanos 1. 26). Numa alusão clara à prática homossexual, que não é de acordo com o natural, pois, Deus nos fez, macho e fêmea, e todo relacionamento sexual, só será natural e aprovado por Deus, se for heterossexual (entre homem e mulher), e de forma alguma homossexual (entre sexos iguais)... Aproveitando a citação desse texto da epístola de Paulo aos Romanos e essa pequena transcrição da obra Fedro nessa fala de Sócrates, vou fazer um pequeno comentário do que Paulo diz em Romanos 1. 26-27, no que, no versículo vinte e seis (o citado acima) é dito objetivamente ─ a semântica nos conduz a isso; no conjunto de toda a fala dele nesse capítulo ─, que, assim como, não é natural que uma determinada mulher se relacione sexualmente com outra mulher (ainda que, por meio de carícias); também não será natural (versículo vinte e sete) e segundo a natureza, que um homem se relacione sexualmente com outro homem, quando nesse texto, de alguma forma, também está fazendo um paralelo ou exatamente transcrevendo o dito por Sócrates em Fedro de Platão; mostrando mais uma vez o seu conhecimento da filosofia grega o como usá-la de maneira conveniente e oportuna...
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Também, por entender e estar plenamente ciente que entre os romanos a prática homossexual era comum; inclusive, pelo próprio imperador Nero, que governava Roma nessa época (contemporâneo a Paulo), conforme nos relata Suetônio (69-122) em sua obra A vida dos doze Césares; quando fala sobre Nero e seus atos obscenos ─ Além das suas libertinagens com mulheres casadas e relações sexuais com homens livres, deflorou uma virgem vestal (sacerdotisa da deusa vesta, que tinha um templo em Roma), Rúbia. (...). Esforçou-se por transformar em mulher, o jovem Esporo, arrancando-lhes os testículos. Carregou-o em régia pompa, observando todos os ritos esponsalícios, e o tratou como uma verdadeira mulher. (...). Esporo foi paramentado com adornos das imperatrizes, conduziu-o em liteira e o acompanhou às assembléias e aos mercados na Grécia e, mais tarde em Roma. (...). Posteriormente. Sempre que saciava a sua raiva, abandonava-se ao seu liberto Dorífero, que chegou a ser sua mulher, assim como Esporo o fora também: e imitava, com gritos e gemidos, as virgens que estão sendo violentadas.
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Repulsivo segundo a Bíblia, também desumano, e não se ajusta em nada com os casos descritos nas obras de Platão; cuja base dos relacionamentos fora a livre opção afetiva na formação dos pares ─ como é lógico e aceitável do ponto do direito do indivíduo, e de igual modo, o defende os homossexuais ─; que até nem mereceria ser transcrito pelo seu teor agressivo, na ausência do respeito ao outro indivíduo, de querer ou não essa ou aquela prática sexual; todavia, isso é parte de uma narrativa séria do biógrafo Suetônio sobre a vida devassa do imperador Nero; que a faz de forma séria num tom e atitude de total reprovação, que de certa forma, serve para mostrar o pano de fundo (o contemporâneo) sobre o qual Paulo estava falando contra o homossexualismo de maneira objetiva aos cristãos de Roma... Ainda, é bom que se diga, que o descrito aqui sobre o imperador Nero ─ considerando o pressuposto que defendo do direito de cada indivíduo ser pederasta (homem), lésbica (mulher) ou se manterem heterossexuais (homens e mulheres) ─; aqui no caso específico de Nero, trata-se de uma ação truculenta e desumana de impor a esses homens, que eram seus escravos, a se tornarem (possivelmente pela beleza física) o seu particular objeto de sexo, independente de suas vontades ─ como é feito hoje por muitos pedófilos que têm pleno domínio sobre crianças sob a sua guarda ou por alguma forma de coação ─; crendo eu, os homossexuais sérios concordarão com o que estou dizendo, e entenderão com que gravidade, preocupação e respeito falo assim francamente. Sendo a linguagem e argumentação de abordagem de Suetônio ─ a de princípios, que fora também a usada pelos filósofos gregos nos seus discursos, como a usada por mim. E não a linguagem chula e eroticamente detalhada; lamentavelmente presente hoje em debates e muitos púlpitos, por Pastores despreparados. De igual modo, aproveito para informar que entendo não ter o direito (sendo repetitivo) de me opor a qualquer relacionamento homossexual de quem quer que seja ─ cuja opção sexual é pleno direito de cada indivíduo ─; como também, nenhuma pessoa que pratique ou defenda o homossexualismo tem o direito de exigir de mim ou qualquer pessoa o aceitar como natural essa forma afetiva, porquanto o respeito tem que ter contrapartida na mesma grandeza ou toda recíproca tem que ser verdadeira; que cabe sim, a mim, ou a qualquer pessoa respeitar essa forma de relacionamento e prazer, de quem quer que seja, todavia, tendo o pleno direito de liberdade religiosa e cultural apontar: o histórico-biológico-sociológico ─ que mostra o relacionamento heterossexual como regra entre os humanos, e os irracionais ─ que também são historicamente heterossexuais ─, Sócrates em Platão (mostrado de maneira clara aqui) e Paulo (na Bíblia) que condenam tal forma afetiva, dizendo não ser natural ou de acordo com a Natureza... Vejamos o que diz Paulo em Romanos 1. 26-27 ─ “Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza (parte da crítica de Sócrates em Fedro de Platão contra o homossexualismo); semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão”, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E note, você que conhece a Bíblia e as obras de Platão (especificamente O Banquete e Fedro), observou e entende, que quando Sócrates se contrapôs em Platão à pederastia e ao lesbianismo, ele resumiu a condenação a essa forma afetiva, numa só contraposição, no entanto, de forma inteligente, Paulo transcreve essa sua reprimenda ─ de maneira específica caso a caso ─, primeiramente usando-a na direção do lesbianismo (conforme o versículo 26) para identificá-lo plenamente ─ porque embora haja vários textos bíblicos contrapondo-se a pederastia, não há nenhum no Antigo Testamento sobre sexo entre mulheres, porque é esse o único texto que o faz de maneira objetivamente clara na direção do lesbianismo ─ que o interpretá-lo de outra forma ou transferi-lo para outro assunto deixa ou deixará a descoberto o lesbianismo na Bíblia ─, e depois transfere a contraposição para a pederastia, quando diz: semelhantemente (de igual modo, versículo 27); o que se segue conforme o texto de Romanos 1. 26-27 transcrito acima... Porque Paulo (sendo fariseu) tinha plena informação dessa ausência da condenação objetiva do lesbianismo ─ pela característica machista da formatação do Antigo Testamento ─; daí, ele usar como referencial empírico a específica reprovação socrática ao lesbianismo (que era conhecida de todos), fundindo-a a contestação objetiva da pederastia do Antigo Testamento, como vou explicar no seguimento.
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Também, com relação a esse texto de Romanos 1. 26-27, o versículo 26 sobre as mulheres, é entendido (por isto chamo a atenção acima) por grande parte de religiosos e desses mesmos Pastores; quando defendem que esse texto se refere ao que seria a forma errada da prática do sexo das mulheres com os homens; quando indevidamente ─ sem plena base bíblica para fazê-lo ─; se intrometem no relacionamento íntimo dos casais, usando de forma indevida textos como esse do versículo 26 (transcrito acima), para estabelecer regra do relacionamento sexual entre os cônjuges, como sendo unicamente o convencional, que é popularmente conhecido como “papai e mamãe” (perdoe o coloquial); quando na realidade (como vimos o versículo 26) esse texto da carta de Paulo aos Romanos fala, ou se contrapõe exatamente ao lesbianismo (que é também homossexualismo) como Sócrates fez na obra Fedro e Paulo transcreveu usando-a como base empírica; justamente pela presença ostensiva da cultura e filosofia grega entre os romanos naquela época (sua época). Quando poderia usar como inferência e/ou conclusão lógica a condenação ao homossexualismo masculino (Levítico 20. 13) no entendimento de que sendo condenável homem com homem o seria também com relação à mulher, no entanto (sendo repetitivo) preferiu usar a condenação objetiva de Sócrates em Fedro de Platão que era plenamente conhecido de todos naquela época; e o versículo 27, de maneira clara e objetiva, um contraponto à pederastia (também homossexualismo), ou seja, esses dois versículos, como também a contraposição de Sócrates em Fedro, falam exatamente contra a prática do lesbianismo e da pederastia... Não há na Bíblia texto ou informação que crie normas e procedimentos para a prática do ato sexual entre os cônjuges, como pretendem os pregoeiros da volta do obscurantismo da Idade Média. Que têm causado separações e infelicidade a muitos casais. Quando interpretam vários textos bíblicos segundo os seus próprios conceitos, como diz Paulo em Tito 1. 15 ─ Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas. Senão vejamos: na carta aos Hebreus 13. 4, lemos ─ Honrado seja entre todos o matrimônio (união essa, somente heterossexual segundo a Bíblia) e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará. Porque primeiro; não tem nem teria nada a ver com a pergunta abjeta: vale tudo entre quatro paredes (quarto)? Pelo fato da idéia do valer tudo remeter para luta, desamor, sadomasoquismo e coisas do gênero, incompatíveis com princípios cristãos; e de forma objetiva, leito sem mácula é algo muito lindo e abrangente (de pleno amor, liberdade, respeito mútuo e total entrega recíproca) e remete também para o fato de que no leito dos cônjuges não poderá haver outra pessoa junto com eles, e nem outro leito que qualquer um dos dois possa formar outro par, seja na sua própria casa, num hotel, motel ou até num muro ou terreno baldio... Leito sem mácula significa em última análise a total ausência de adultério.
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Do exposto aqui sobre Sócrates versus Platão; que o mundo, de alguma forma, indevidamente entende como de autoria de Platão e não de Sócrates... Entretanto, eu, Jorge: quero entender, e entendo que Sócrates oral seria o Platão escrita ou o grande Sócrates oral (no que lhe tange ou o que Platão lhe atribui em suas obras), seria na realidade grande parte do Platão escrita... ou mais ainda, o Platão escrita é verdadeiramente o Sócrates oral (no que ensinou, que seu discípulo faz questão de mostrar), que o impregnou totalmente com seus ensinamentos por meio da fala ─ não que a alma ou espírito do primeiro tenha passado para o segundo ─ até porque não creio assim; por não ver base lógica e teológica na re-encarnação, como vou mostrar com detalhes no estudo sobre o espiritismo ─ e também por eles terem sido contemporâneos. Ficaria de igual modo, inverossímil, o primeiro ser o principal personagem do segundo, como também os outros filósofos aos quais também dá voz, principalmente Aristófanes, que tem várias obras escritas, além do que Platão relata do seu discurso. Platão é ─ prefiro assim ─, aquele que fielmente reproduziu o que sorvera do seu professor, reproduzindo isso ipsis literis, dando voz escrita ao seu mestre, para juntamente com ele e outros filósofos, nos ensinar sobre todas essas questões. Também é pouco compreensível, que o mundo tenha estabelecido e entenda como norma. Ser todo o início do conhecimento filosófico da humanidade, aquilo que se produziu antes de Sócrates (ser pré-socrático) e o depois dele (ser pós-socrático); quando se atribui a Platão a Alegoria da caverna, o amor chamado platônico, a doutrina das Idéias, o entendimento da preexistência e imortalidade da alma, a re-encarnação e outras coisas de autoria de Sócrates; como se ele fora um personagem (reiterando) ─ que na mais elementar decorrente construção lógico-filosófica, nos remeteria para Sócrates não ter existido, e por conclusão também lógica ─ agregando essa conseqüência verossímil a isso ─, de igual modo, não ser (não seria) pertinente a construção parâmetro ou linha divisória Sócrates: os pré-socráticos e pós-socráticos; também Aristóteles, que esteve bem próximo de tudo isto, pois fora discípulo de Platão, tendo nascido quinze anos após a morte de Sócrates; quando posteriormente escreveu a obra Ética a Nicômado, cinco vezes refere-se ao indivíduo Sócrates ─ inclusive fazendo críticas contra a arrogância, existente, segundo ele, nos discursos de Sócrates ─, e não ao que seria o principal personagem dos escritos de Platão, sem falar objetivamente dos demais filósofos que discursam em suas obras, que de igual modo não são personagens dessas suas obras e sim reais debatedores dos diversos fóruns da sua genialidade incomum... Ainda, no entanto, o dito por mim sobre autoria Sócrates versus Platão, não despreza, obviamente, ser Platão o porta-voz, delineador dos temas; e aquele deu valoração de cada assunto e a construção dialética (lingüística, que obviamente tem o seu estilo e seleção de temas), ainda que, sendo as idéias em apreço (defendidas por mim) de Sócrates e de outros; é Platão o grande organizador e objetivo formador desse maravilhoso acervo das idéias dos seus iguais. Até porque Platão em momento algum se posiciona contra ou a favor de qualquer das idéias e posicionamentos que veicula com detalhes nos discursos em suas obras... Na, A República, os discursos acontecem na casa de Polemarco; dentre outros, estavam presentes Sócrates, Glauco e Adimanto, irmãos mais velhos de Platão, e quanto a ele é dito não estar presente ─ como explico com detalhes em referência anterior, Filosofia I (conclusão); também na obra Fedon, ele faz Fedon dizer, que supunha ser a ausência dele (Platão) nos momentos finais (o dia que tomou o veneno) da vida de Sócrates por motivo de doença ─ que seria uma espécie de motivo que justificaria a sua pseudo ausência nesse momento terrível da vida do seu mestre e amigo. Da mesma maneira; nem sobre a morte de Sócrates, que ele relata com detalhes (por meio dos discursos) até o seu desfecho; não faz nenhum comentário pessoal quanto ao fato, que é tremendamente estranho, não fora o motivo que especulo para tal ─ como não faz com relação a nenhum dos discursos dos demais filósofos em suas obras. A verdade quanto a isto é contundente quando Aristóteles faz referências às obras de Platão, principalmente A República, contra ou sobre a qual, ele produz uma espécie antítese, em sua obra A Política, quando, faz sérias críticas ao indivíduo Sócrates (não a um personagem de Platão) nesta sua importante obra, que aparece diversas vezes, conforme esse pequeno texto ─ Assim os filhos, as mulheres e os bens materiais podem ser comuns a todos cidadãos, como na República de Platão, obra na qual Sócrates pretende que os filhos, as mulheres e os bens materiais devem ser comuns? Mas não é preferível a nossa sorte àquela que nos faria a lei escrita na República? A comunidade das mulheres entre os cidadãos acarreta muitas outras dificuldades, e o motivo alegado por Sócrates para justificar essa instituição não parece ser uma conclusão rigorosamente deduzida do seu raciocínio. Como também na obra anterior, Ética a Nicômado faz reparos, não a um personagem de Platão e sim à pessoa de Sócrates... Platão é, de forma magistral, o grande intencional ausente nos relatos de todas as suas obras; que especulo de forma objetiva ─ como comentei de modo geral acima ─ ter Platão homenageado ao seu mestre e amigo Sócrates em suas obras ─ porquanto é Sócrates basicamente o todo do que Platão escreveu ─, quando, basicamente (reiterando), é Sócrates que fala em suas obras e ele (Platão) tão-somente reproduz essas falas quando escreve... Se não é verdade o que especulo sobre o carinho, como que, filial (de filho) e/ou paternal de Platão para com Sócrates; leia o epílogo da abra O Banquete, que é um diferencial cuidadoso (não de emitir opinião, quando em suas o objetivo é não fazê-lo), mas sim de demonstrar para a posteridade o seu respeito e carinho para com o mestre, conduzindo-o no relato por meio de Apolodoro até sua casa após o banquete... Não existem exatamente idéias de autoria de Platão em suas obras ─ sendo isso plenamente verossímil ─, e irônico é que um autodidata esteja dizendo isso depois de 23 séculos passados; but I´m not the only one / ─ assim quero crer; não ser eu o único a concluir dessa maneira, como nesse refrão da canção Imagine de John Lennon, que é um brado em defesa da paz no mundo, que se completa assim a aplicação desse refrão: I hope someday you join us / And the world will be as one. De fato, assim espero...
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De igual modo, essa minha conclusão, que é um fato ─ ou como diria Aristóteles, é verdadeira e não falsa ─, cada vez me faz caminhar para um pleno autodidata ─ como foi Joaquim Maria Machado de Assis, em relação a quem, estou ainda fazendo cursinho para vestibular ─; não somente no informar-me individualmente, sem escola e professor, aquilo que os outros concluíram, mas, principalmente, como que interagir retroativamente com entendidas conclusões passadas; que já se tornaram senso comum, e postulado para ensinamento, que entendo valer a pena serem discutidos novamente, e até revistos. Isso, para mim, sendo feito com habilidade, é ser um pleno autodidata... Tanto, que vejo de maneira cristalina, na direção do que tenho ponderado sobre Platão versus autoria, outra vertente importantíssima ─ diferente das tentativas frustrantes de catalogar suas obras, já tentada por estudiosos ─; que nos assalta e conduzem a pasmar maravilhados da genialidade de Platão no fato (sou taxativo, mas, também discursivo) dele ter ele constituído as suas obras (ou dado a elas essa formatação) como fóruns de debates, nos quais e para os quais é ele o delineador dos temas (já informado acima) e surpreendentemente o que denomino MODERADOR CONTEMPLATIVO ou aquele que tudo preparou, ordenou e simplesmente observa o processo de discussão sem intervir e emitir opinião. Analise o trabalho em apreço, que como você viu, é basicamente a partir de duas obras de Platão... Você já se tornou parte integrante desse novo fórum. Emita opinião!
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Reiterando a minha especulação sobre os motivos que levaram Platão a homenagear seu mestre Sócrates nesta sua forma inédita de anonimato contemplativo. Chamo a sua atenção novamente para o início e o final da obra O Banquete. Primeiro: na maneira hábil como Platão planejou e construiu o início dos relatos (como faz em todas elas); quando reproduz na fala de Apolodoro a intencional valorização dos discursos de Sócrates e o de Alcebíades, que traduz o seu carinho para com o mestre e identifica de maneira clara (não o amor dito platônico) o amor socrático; plenamente evidente nos discursos de Sócrates e Alcibíades, nos quais, por parte de Alcibíades, constata-se o desejo homossexual dele, não correspondido por Sócrates; em contrapartida, também clara, a posição firme de Sócrates contra o homossexualismo, com o concomitante amor dedicado ao seu discípulo Alcebíades, que se cabe essa identificação para o amor nas obras de Platão; a relevante e nobre é a relacionada com a pessoa de Sócrates e não com o conjunto de entendimentos sobre o amor registrados nas obras de Platão, diferentemente: amor socrático, com toda certeza. Segundo: A mesma habilidade foi usada no final dessa mesma obra, quando Platão novamente usando Apolodoro, conduz Sócrates, como que, de maneira carinhosa até chegar a sua casa, conforme o relato de parte do epílogo que reproduzo ─ Primeiro adormeceu Aristófanes; depois, quando o dia chegava, Agaton. Sócrates ─ depois de fazê-los dormir ─ levantou-se para sair, e Aristodemo o acompanhou, conforme era seu costume. Sócrates dirigiu-se para o liceu e, depois de se haver banhado, lá passou o dia entretido em suas ocupações ordinárias. Depois ao entardecer, foi para casa repousar. Leia com atenção as obras de Platão considerando a visão do Aufklärung de Immanuel Kant ─ esclarecimento no sentido de ler e buscar entender exatamente o que se lê sem ajuda (um guru) do dito Medalhão para concluir o assunto.
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O grande problema quanto ao entendimento sobre o amor atribuído a Platão ─ o dito amor platônico ─, é aquela inconseqüente leitura, para qual, se dão ao direito de fazer ─ ajudados pelo Eco (Humberto ─ 5 de janeiro de 1932, o autor de O Nome da Rosa) da heresia chamada “Obra Aberta”; a qual é aquele jeitinho fantasioso de cada um de nós em atribuir e concluir a nosso bel-prazer aquilo que achamos dos escritos de alguém, não fazendo, como seria correto, buscar entender exatamente o que o escritor escreveu. O amor chamado platônico na visão dos estudiosos de filosofia consiste na relativização ou a média de equilíbrio dos pensamentos dos filósofos que participaram dos diálogos das obras de Platão; quando concluem serem as acepções do amor Eros (grego, Ερος) presente nas obras Fedro e O Banquete, de Platão, a visão material humana do amor correspondente a esta visão de Platão, que seria transcendente ─ estando o amor num plano superior ─, entendimento fantasioso este, que não está presente nessas obras de Platão... Pelo contrário; conforme o mito da Parela Alada da obra Fedro e o do nascimento (origem) do deus Eros, informam de maneira clara e objetiva a existência, segundo Sócrates, do amor heterossexual fiel, como excelente (em Poros e no cavalo branco); e as outras acepções e os demais tipos de relacionamentos sexuais caminham na direção do cavalo negro da Parela Alada e de Penia (mãe de Eros), ambos medíocres e vulgares, segundo Sócrates.
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Sendo o mais grave ainda, com relação a esse pseudo direito de colocarmos aquilo que achamos em tudo que se lê (a famosa obra aberta) é o fato que tem colocado coisas óbvias (nesse cada um entende como acha melhor) no rol das chamadas coisas polêmicas; com relação a isto, leia também o meu Blog: A REAL EVOLUÇÃO DA FEITURA DA OBRA DOM CASMURRO ─ www.verdadedomcasmurro.blogspot.com ...
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Se Platão tinha essa visão humana plural do amor, nunca saberemos, porquanto ele não informou sobre isto; no entanto, para mim, é perfeitamente possível concluir que o entendimento de Platão sobre o amor Eros tenha sido exatamente o de Sócrates, que contempla gradação e degradação: o de Penia (medíocre, vulgar) o de Poros (o amor excelente), conforme o mito criado por ele para o nascimento (origem) do deus Eros, reproduzido por Diotima (expediente da habilidade de Sócrates) na obra O Banquete e comentado por mim acima.
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Sendo este estudo sobre o amor, como foi trabalhado desde o início; o assunto homossexualismo nele é algo plenamente decorrente e não algo que se deseje discutir por algum interesse obscuro; como decorrente também é, nesse estágio das minhas considerações finais, melhor explicar o meu posicionamento frente ao homossexualismo; e já que enfatizei um lado dessa dicotomia; independente de mim, também tem se tornado recorrente em todo o mundo, esse assunto. Daí, primeiro reproduzir uma espécie de axioma, no qual, reitero de maneira grave e sincera, o respeito que tenho pelo direito dos homossexuais (informado acima) é inicialmente pelo óbvio e devido dever (respeito), que todos nós temos em não nos intrometermos na vida dos outros (não aceitando os seus atos, quando não interferem na nossa vida), e também por medo (fobia, grego φόβος) dos homossexuais... Não conclua que esse meu medo e respeito (nisto consiste o axioma) tenham como motivo uma possível contestação judicial; por isto, me referi à idéia de um axioma. No que, o respeito é espontâneo e sincero, entretanto, o medo não está a partir (como já informei) do temor de contestação judicial; e sim, do indevido patrulhamento exercido pelos homossexuais contra nós, os heterossexuais quando não aceitamos o homossexualismo como um de fato terceiro sexo ─ que só existe detalhadamente no mito do andrógino do filósofo Aristófanes em Platão.
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Também, para mostrar que não há da minha parte nenhuma animosidade contra os homossexuais e ao mesmo tempo explicar o “medo”. Entendo, que a maneira ou forma jurídica que os homossexuais têm encontrado para patrulhar e se contrapor ─ até os que respeitam a sua opção afetiva ─, a construção lingüística ─ não a do latim, homō (homem) e sim do grego ─, Homo (grego, ‛óμoιoς ─ Homo, igual) + Fobia (grego, φóβoς ─ Fobia, medo), oriunda da junção das transliterações desses termos da língua grega; ainda que aversão, seja entendida pelos lexicógrafos como sinônimo de fobia, ela (a aversão) está plenamente associada e parametrizada a medo (enquanto sinônimo de fobia, quando não devia, entendo eu) e não com a carga etimológica dos seus intrínsecos sinônimos: antipatia, rancor, ódio, repulsa, quando usada de forma independente de fobia ─ que carregam claramente dentro de si predisposição beligerante ─, isso, porque o sentimento de fobia não é o de aversão “a”, que se constitui num sentimento com ação pró-ativa que vai “de encontro a”. E sim medo “de”, que é o sentimento com ação retro-ativa (no sentido de fugir); e o tremendamente estranho é, não haver a presença de aversão como sinônimo de medo nos muitos dicionários que consultei (graças a Deus por isso) ─ os lexicógrafos expliquem isso, que me parece contradição ─, no entanto, para ser coerente e objetivo com o que me soa racional, os sinônimos plenamente semânticos de medo, seriam: apreensão, fobia, preocupação, receio, temor e terror, que seria o medo na escala de pavor ─ que caminha na direção de fugir daquele de que se tem medo ─; e é exatamente no fobia do chavão homofobia, que me identifico plenamente; quando reitero o respeito ao pleno direito dessa opção afetiva dos homossexuais e concomitantemente me confesso plena e literalmente homofóbico, ou aquele que tem medo dos homossexuais, por causa do indevido patrulhamento... O que estou dizendo de maneira objetiva, carinhosa e perfeitamente lógica é que a denominação Homofobia ou entender e rotular alguém de homofóbico e entendê-lo como inimigo é totalmente errado e até injusto, porque quem tem medo não é necessariamente aquele que não respeita e agride... Que se procure de forma inteligente outro chavão e denominação ─ até porque “homofóbico” caracteriza e define aquele que tem medo como vítima e não réu, como se tem demonstrado neste estudo, porquanto, medo e aversão não se equivalem... O que estou querendo explicar ou estabelecer é a fragilidade jurídica do termo (palavra) fobia para caracterizar um possível ilícito penal; em contrapartida, ele, o termo fobia, reúne em si toda a carga como que “étimo-semântico-defensiva” do não existir nela o que possa identificá-la com ilícito algum ─ ação ou atitude de agressão na direção de alguém ─; e até de forma concreta sinaliza, objetiva e mostra (a existência de medo) haver em contrapartida animosidade da parte daquele que infunde medo (fobia) ou em síntese: é fato, “que quem tem medo, tem medo de alguém ou de alguma coisa”.
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Não fui colocado como representante de uma das partes ou como Moderador dessa dicotômica discussão, todavia, desejo, como cidadão, que haja paz entre esses dois grupos humanos, dos quais também faço parte de um deles... De igual modo, vale à pena lembrar, até porque vou falar sobre isso (a questão termos, palavras) no subtítulo A Questão Maldição Hereditária, quando chamo a atenção para a evolução no entendimento de certas palavras no decorrer da história; como no caso do verbo permitir ─ transitivo direto, que na sua conjugação, quer para o passado ou para o futuro, as flexões decorrentes não ganham entendimento diferente do entendimento histórico do verbo, entretanto, a evolução semântica do entendimento de pelo menos duas derivações suas, permissividade (substantivo fem.): qualidade do permissivo, tolerância, indulgência, e permissivo (adjetivo): que dá permissão, tolerante, indulgente; que deixaram de ser exatamente isso (sentido do ser bom), para se tornarem em ato ou ação irresponsável e leviana do verbo permitir nessas derivações.
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Entendo ou entenderia (talvez) não ser esse trabalho o exato fórum para discutir questões lingüísticas e se eu teria condições para fazê-lo, entretanto, a minha motivação é grande, e essas questões (entendo eu) estão dentro do nível que me parece óbvio, daí valer a pena tentar fazer com que esse assunto venha ser discutido por muitos, principalmente por aqueles que reúnem capacidade acadêmica e grande habilidade lingüística, para assim dar plena ciência a nós, os ávidos desse conhecer, tomara que assim seja, da grande maioria, senão de todos.
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Voltando a permissivo e permissividade. Se entendermos o que isso significa hoje do ponto de vista semântico ─ independente do que o etimológico estabeleceu, conforme os dicionários ─, ser permissivo e permissividade hoje algo pejorativo e ruim; também teremos que concluir que de maneira nenhuma podemos entender ─ como ensinam muitos Seminários Teológicos ─, e dizer que as coisas ruins acontecem pela “vontade permissiva de Deus”, porquanto, Deus não é de forma alguma permissivo... Os Seminários precisam urgentemente rever esse ensinamento, até porque Deus só tem uma vontade, que é perfeita e agradável, conforme Romanos 12. 2; e quanto a nós humanos (temos, sim, muitas vontades), entretanto, tenho a plena certeza de que ninguém gostaria e aceitaria ter os seus atos de concessão (permissão) avaliados como feitos com permissividade e de igual modo se sentiria ofendido, ao ser chamado de permissivo.
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De volta à questão homossexualismo. Ainda, muitos religiosos (de um modo geral) e também muitos Pastores evangélicos usam, de igual modo, o chavão errado, leviano e despropositado, que é: “Nós amamos (aqui ágape ou fileo) os homossexuais, mas, condenamos o homossexualismo”... Com toda certeza, não temos entendido o que significa exatamente o amor, porquanto saímos por aí dizendo a plenos pulmões, que amamos a esse e aquele que nem conhecemos, quando não necessitamos a priori (não usarmos chavões como esse para sermos politicamente corretos) amar alguém para respeitá-lo; diferentemente, será a partir do pleno respeito que se poderá chegar ao difícil sentimento chamado amor... Amor, antes de tudo pressupõe respeito e compreensão, e é exatamente disto que estou falando. Façamos críticas respeitosas, bem fundamentadas e que não inclua sofisma ou leviandade. Já imaginaram? Digo, exatamente dentro dessa questão gosto, preferências e o direito de argumentar se contrapondo à idéia do outro: Temos ou não o direito de discordar da opção por esse ou aquele partido político, clubes de futebol, (...)?... Creio bastar esses dois exemplos... Senão, consideremos: partidos políticos que não pudessem argumentar e se opor a programas dos outros; times de futebol, cujos torcedores não pudessem enaltecer os craques do seu time em relação aos dos outros, e o pior, que não pudessem competir legitimamente nos gramados para se chegar ao vencedor... Realmente, está havendo muita exacerbação na condução desse assunto homossexualismo.
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Concordo que prefixos e radicais gregos ─ muito presente em nossa língua ─, têm uma grande força de ênfase para chamada de atenção, entretanto, é preciso usá-los com exatidão e na direção certa do se propõe, que no caso em apreço os mais próprios (prefixos na nossa língua ─ Contra, latim e Anti, grego, αντί) seriam, por exemplo: Contra ou Anti (aqui, exemplos de argumentação apenas, e não o querer intervir em algo que pertence a outrem) que caminharia na direção mais objetiva dos antagonistas que agridem de forma verbal e física, cujos atos se constituem em ilícitos penais, já contemplados na legislação vigente. E atentemos para o fato de que na Grécia antiga ─ de um modo objetivo, no período de Sócrates e Platão ─; quando e onde o lesbianismo e a pederastia era algo muito comum, como vemos nas obras de Platão o assunto sendo discutido sem nenhum trauma, Sócrates a contestando (a homo afetividade) de maneira veemente; sendo, em contrapartida, solenemente aceita (a contestação de Sócrates) pelos que a praticavam, tendo eles, o direito recíproco de assim também fazer, defendendo-a (como fizeram de forma plena, conforme os relatos de Platão).
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Nesse subtítulo foi o que mais usei a filosofia grega, e vou continuar de alguma forma fazendo até o fim do livro, inclusive, identificando-a nas contraposições de Paulo; quando do ensino de sua teologia, sendo esse o principal motivo do uso ostensivo dela nesse trabalho, que embora já tenha informado isso; estou falando novamente porque quero justificá-lo de forma alegórica... O Senhor Jesus, em exultação, deu graças ao Pai pelo perfil simples do seu Evangelho, e a ação do Espírito Santo no fazê-lo ser entendido (Mateus 11. 25-27 e Lucas 10. 21-24), que me permite caminhar na alegoria da estatura física das pessoas, onde os pequeninos seriam as crianças citadas por Jesus em exultação (na sua pequena estatura, e assim é identificado o verdadeiro convertido) e o Evangelho puro e simples de Jesus ensinado a Paulo... O evangelho catalogal-universalizante (de perfil plenamente filosófico-metafísico) seria o adulto de grande estatura, que tem as suas coisas em lugares compatíveis com esse seu tamanho não bem resolvido, onde as crianças têm dificuldade de alcançar... Deu para entender? Perdoe o coloquial.
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Entendo ─ e creio ser isso um fato conhecido de todos os que estudam a Bíblia ─, que a Teologia vigente em todo o universo chamado cristão é catalogal-dogmática (rol, lista), universalizante e excessivamente filosófico-metafísica; teria ou tenho que caminhar junto à difícil para muitos, prateleira filosófica dos adultos (como tenho feito aqui), pegar o máximo do que lá está, estudar exaustivamente seu conteúdo com as crianças que como eu, que são os pequeninos dos quais Jesus falou (Mateus 11. 25-27 e Lucas 10. 21-22)... É exatamente isso que tenho feito nesse trabalho, entretanto, não considere ─ porque também não tenho essa pretensão ─, ser essa visão e procedimento o inédito da minha parte; porque foi exatamente isso que Paulo fez na contraposição à tradição judaica e a filosofia grega, como o detalhado acima neste subtítulo e nas sinopses que farei de suas cartas no subtítulo A Questão Hermenêutica II.
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P. S.: Com relação a leitura (interpretação) que fiz acima da obra Dom Casmurro, não sei se infelizmente ou felizmente; me ocorre a necessidade de ajudar um pouco mais na dificuldade encontrada até agora na interpretação da obra ─ até por pessoas da área das letras, com as quais tenho conversado ─, quando não têm percebido e identificado a espécie de base de roteiro e adequação para entendimento da obra, explicada de maneira clara por Machado (no seu jeito sutil) no capítulo 59 Convivas de Boa Memória. Digo isso, porque, não era do meu interesse falar aqui no Blog de maneira detalhada sobre esse capítulo ─ cujas explicações guardava para futuros debates, entretanto, não estando esgotadas aqui as reflexões ─; porquanto julguei que fosse suficiente a citação que fiz desse capítulo, quando do comentário acima sobre a obra.
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Como foi explicado sobre o capítulo de número 1 Do Título (no comentário sobre a dicotomia ou binômio dos escritores versus autoria ou não). Machado faz Bentinho dizer ─ Há livros que apenas terão isso (o título) dos seus autores (quando alfineta de forma objetiva os que copiam tudo dos outros); e no referir-se a adaptação da peça teatral Otelo o Mouro de Veneza de Shakespeare para a sua, Dom Casmurro; diz, que em ― alguns (livros) nem tanto. Do mesmo modo, no capítulo 59, com relação a esse seu livro; ele usa dois pressupostos para livros escritos, que são os confusos e os omissos; que se tratando dos confusos, não haverá nada a fazer. Já no caso dos omissos, como Dom Casmurro; se pode (por meio de todos nós) resgatar toda omissão, e ordenar plenamente os fatos, a dar à história e toda a sua trama a de fato correta interpretação pretendida pelo autor...
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Buscando entender melhor e mostrar o que Machado quer dizer com esse binômio: confuso e omisso; teríamos em síntese, que confuso é algo sem começo, meio e fim, portanto, nada a fazer ou como diz o próprio Machado no capítulo 59 ─ Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. (…). Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas. Entretanto, no caso do omisso ─ como Machado informa acima ─ é aquilo que de fato faz parte do todo, ou o completa ─, que por omissão, não intencional ou intencional ─ como Machado fez (ou não fez, omitiu) acontecer em Dom Casmurro ─; também é o que tornaria mais fácil entender a obra, não fora essa a prévia intenção dele.
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Se você prestou bem a atenção ao que Machado constrói nesse capítulo, o de número 59 Convivas de Boa Memória irá entender quase que exatamente o que digo nessa paráfrase (como se Machado estivesse falando): ─ Se os leitores querem entender esse meu livro Dom Casmurro ― que é impregnado de realismo e lições práticas daquilo que entendemos e vivemos ―, entendam também que omiti deliberadamente razões e fatos, que devem ser resgatados, e não que eu esteja lhes dando o direito de construir outra história na interpretação do mesmo, que não é uma obra interativa aberta com vários possíveis desfechos... Porque omisso ou omissão é aquilo que intrinsecamente pertence à obra, não estando presente por descuido em algumas ou por ação intencional, como é o meu caso aqui em Dom Casmurro ― até para ver se realmente os leitores têm entendido como penso e escrevo... Sendo repetitivo e buscando ser mais didático (o meu modo de ser), porque o que gosto mesmo é de brincar com o leitor quanto ao que escrevo! Não esqueça de modo algum, que omissão (substantivo), omisso e omitido (adjetivos) e omitir ― verbo transitivo, que aqui no caso especifico, diria eu, também objetivo e fechado no todo ―, é algo que existe na sua exata medida e sentido, e não foi mostrado (omitiu-se). Ainda, tome todo cuidado com termos (palavras) quando numa análise isolada do contexto, como poderia ser feito com o “tudo” do trecho transcrito acima ― como gostam e esmeram-se em fazer os teólogos em extensas exegeses, às vezes, sobre uma única palavra fora do contexto ―, que nada mais é o tudo, senão a medida exata do que foi omitido (sendo mais uma vez repetitivo)... Identifique-o, e conclua a interpretação correta da minha obra, Dom Casmurro. Esse omisso (não colocado na obra por Machado) é parte do que eu (Jorge) resgatei no comentário sobre o livro. E sendo repetitivo, quanto ao atribuído a Machado na paráfrase acima; procure lembrar que o termo omisso ou omissão significa exatamente que alguma coisa, o é de fato parte do todo; não foi revelada, quer pela fala ou escrita (como nos livros), mas, pela leitura feita se tem no todo, há também a nítida percepção do que está faltando (o omisso ou omitido) para completar o todo no seu exato entender.
CONCLUSÃO
Como expliquei neste pequeno estudo que você acabou de ler, a minha expectativa é que este material se torne uma espécie de base ou tema para debate. Também espero o respectivo feed back, e quanto ao possível uso de parte do mesmo, peço-lhe desesperadamente o devido crédito (não tão-somente pelo fato dele ser objeto de direito autoral), mas, também, para que as informações aqui contidas chegue a muitos outros por seu intermédio e sejam discutidas, para o meu e seu crescimento espiritual e intelectual.
Escritor evangélico Batista ─ Autodidata
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Outros
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